21 genes podem ligar o risco de Alzheimer à obesidade na meia-idade
Uma recente pesquisa estabeleceu uma conexão entre a obesidade e 21 genes associados à doença de Alzheimer. Esse achado pode arrojar luz sobre a razão pela qual a doença de Alzheimer frequentemente aflige adultos que enfrentaram obesidade durante a meia-idade.
Para abordar essa questão, uma equipe de pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, recorreu a dados de mais de 5.600 participantes do Framingham Heart Study, um estudo de longa duração. Eles direcionaram sua análise para 74 genes relacionados ao Alzheimer. Dentro desse grupo, foi observado que 21 genes apresentavam níveis anormalmente elevados ou baixos de expressão na presença da obesidade. A expressão gênica é o processo pelo qual a informação contida em um gene se manifesta em funções do corpo.
A pesquisa revelou que 13 dos genes associados à doença de Alzheimer mostraram correlações com o índice de massa corporal (IMC), uma medida que estima a quantidade de gordura corporal com base na relação entre altura e peso. Adicionalmente, oito genes apresentaram ligações com a relação entre a cintura e o quadril. Os 21 genes identificados nesse estudo demonstraram envolvimento com processos de neuroinflamação, apoptose (morte celular programada) e acúmulo de proteína beta-amiloide nos neurônios.
Os autores da pesquisa sugerem que as pessoas que desenvolvem demência tendem a perder peso cerca de cinco a dez anos antes do surgimento dos sintomas da doença. Essa perda de peso pode ser de natureza não saudável e possivelmente relacionada à progressão da própria doença. Embora o índice de massa corporal (IMC) seja uma métrica clássica para identificar a obesidade, alguns estudos indicam que a relação entre cintura e quadril ou a distribuição da gordura abdominal podem ser marcadores mais sensíveis de anormalidades bioquímicas. A obesidade é um dos principais fatores de risco para doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais.
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