Menstruação antecipada: o que está acontecendo?

A menstruação é um processo natural do corpo humano, além de ser um momento marcante tendo em vista que nem sempre é um processo fácil de lidar. Com o início do ciclo menstrual, podem surgir mudanças no corpo e impactos psicológicos que exigem atenção especial. A primeira menstruação normalmente ocorre em torno dos 10 ou 11 anos de idade, porém pode acontecer mais cedo do que o previsto. Nesse caso, é preciso ainda mais cuidado com os sinais e até uma avaliação médica para se certificar que o desenvolvimento da criança está dentro do esperado.


Mas por que isso acontece? Segundo Lorena Lima Amato, endocrinologista pela Universidade de São Paulo, em geral, a menarca (primeira menstruação) acontece cerca de 2 anos após o início da puberdade, “Somente a puberdade precoce pode fazer com que essa menstruação aconteça antes da idade normal, antes dos 9 anos”, explica.


“Sabemos que está acontecendo uma antecipação secular da idade da menarca. Antes acontecia em torno dos 14, 15 anos, agora em torno dos 11,12, e isso tem várias hipóteses. Por exemplo, melhora da nutrição, aumento dos estímulos dessas crianças, exposição a disruptores endócrinos. Mas se acontecer antes dos 9 anos, configura puberdade precoce, que é uma doença que precisa ser tratada”, completa a doutora Lorena.  Os disruptores endócrinos são substâncias que podem assumir formas variadas, presentes tanto em alimentos quanto em embalagens plásticas, por exemplo, que podem ter ações hormonais e interferir no adiantamento de processos como a puberdade. 


A puberdade precoce é quando meninas e meninos começam a apresentar sinais clínicos de desenvolvimento puberal antes do tempo: isto é, antes dos 8 anos em meninas e antes dos 9, em meninos. “Nelas, é possível notar o aparecimento do broto mamário (e posteriormente das mamas) e o surgimento dos pelos pubianos e/ou axilares. Neles, observamos a manifestação dos pelos faciais, axilares, pubianos e o aumento do pênis. Se esses sinais clínicos surgirem, é importante uma consulta com o médico que acompanha a criança para avaliar se o processo de puberdade está seguindo o curso natural ou se alguma intervenção médica é necessária”, alerta a professora e pediatra Ana Escobar, colunista da CRESCER.

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