Saiba como evitar a febre transmitida pelo carrapato

A febre maculosa recentemente causou a morte de quatro pessoas, após irem a uma festa em uma fazenda em Campinas (SP). Essa febre é transmitida por um tipo de carrapato que é normalmente encontrado em locais rurais ou arborizados e em alguns equideos, roedores como a capivara e marsupiais como o gambá.

Segundo a Secretaria da Saúde do Paraná, “a febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável. Ela pode variar desde as formas clínicas leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de letalidade. A febre maculosa é causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato”. Os principais sintomas são: febre alta e súbita, cefaleia, hiperemia conjuntival, dor muscular e articular, mal-estar, dores abdominais, vômito, diarreia, exantema.


Se o carrapato grudar na sua pele a recomendação é removê-lo o quanto antes, de preferência com uma pinça, se espreme-lo ele pode liberar ainda mais bactérias. “Se você espremer o carrapato, ele libera [mais facilmente] a bactéria que está dentro do seu trato digestivo. A bactéria aproveita que a pele está ferida – já que o carrapato ficou lá machucando – e penetra na pele”, diz Plínio Trabasso, médico infectologista e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Trabasso também orienta que caso você vá para uma região onde o carrapato possa estar presente, é importante usar roupas compridas, utilizar estratégias para fechar os vãos entre as peças, “Ele [o carrapato] vai atrás do sangue, da pele, e costuma entrar pela barra da calça. Então, uma dica é colocar a meia por cima da calça”, pontua.


Mesmo o retirando da maneira correta, é de extrema urgência que a pessoa procure um profissional da saúde e faça um exame, além de ficar atento nos próximos dias se caso apresentar algum sintoma. Se os sintomas aparecerem, o recomendado é ir para um médico de imediato. 


As capivaras, por exemplo, são hospedeiras do carrapato-estrela, mas não transmitem a doença aos humanos. O que elas fazem é ajudar a espalhar o bicho transmissor, inclusive nas áreas urbanas. O médico Moacyr Silva Júnior, do Hospital Albert Einstein comenta, “O ideal é que a Vigilância Epidemiológica já marque os locais de risco, mas sempre procure saber se a região que você vai é endêmica ou se a propriedade tem capivaras, gambás ou outros animais que possam carregar o carrapato”, alerta.


Os sintomas da febre maculosa são bem comuns em outras enfermidades, por isso a orientação dos médicos é tirar o carrapato da maneira adequada e observar se os sintomas aparecem, pois não é todo carrapato que contém a bactéria. “O grande problema é o diagnóstico porque ninguém pensa que é a doença do carrapato. O tratamento é bem eficaz. São sete dias de antibiótico” explica Moacyr Silva Júnior.

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