Justiça suspende Telegram no Brasil

Nessa quarta-feira (27), o aplicativo de mensagens Telegram foi retirado do ar no Brasil por decisão judicial após a plataforma se recusar a entregar informações solicitadas pela Polícia Federal. A empresa foi multada em R$ 1 milhão por dia de descumprimento, valor que foi aumentado em relação à multa anterior, que era de R$ 100 mil por dia.


A polêmica se iniciou quando a PF solicitou acesso a todos os contatos dos grupos neonazistas envolvidos no ataque à escola em Espírito Santo, que deixou quatro mortos. A plataforma entregou apenas parte dos dados, o que levou à decisão judicial.


O Ministério da Justiça está investigando o envolvimento de extremistas em casos de violência nas escolas e já encontrou grupos com símbolos antissemitas que estavam recrutando adolescentes para ataques em colégios.


O Telegram não divulga o número de usuários por país, mas afirma ter mais de 700 milhões de pessoas utilizando o aplicativo em todo o mundo, enquanto seu principal concorrente, o WhatsApp, conta com mais de 2 bilhões de usuários.


A suspensão do Telegram no Brasil levanta questões sobre a atuação das empresas de tecnologia e sua cooperação com as autoridades em questões de segurança e combate à violência. Na semana passada, o Ministro da Justiça, Flávio Dino, tomou uma ação que abre a possibilidade de suspensão de outras redes sociais que não tomarem medidas de combate à violência.


O Brasil já havia aplicado multas e suspendido redes sociais anteriormente por falta de cooperação na divulgação de informações sobre crimes, especialmente em épocas de eleições. Além disso, o Projeto de Lei das Fake News, que vai regular a atuação das grandes empresas de tecnologia, teve sua urgência aprovada e deve ser votado em breve.

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