Em novembro do ano passado, dia 29, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro recebeu em mãos o segundo kit de joias enviado pelo governo da Arábia Saudita e que entrou ilegalmente no Brasil. O pacote foi conferido pessoalmente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Os detalhes foram narrados aos delegados em um depoimento prestado por uma funcionária do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) que atuava no setor durante a gestão Bolsonaro, tal departamento que presta serviços ao Gabinete Pessoal da Presidência da República e é responsável pela recepção e triagem dos presentes oficiais. De acordo com reportagem de “O Estado de S. Paulo”, o conjunto foi entregue a ela no Palácio da Alvorada, e conferido pessoalmente pelo então presidente. A Polícia Federal já está em posse dessas informações, no âmbito do inquérito que apura o caso das joias.

Desde que o escândalo foi revelado pelo Estadão em 3 de março, Michelle tem negado conhecimento sobre as joias presenteadas pelos sauditas. O segundo kit chegou no país pelas mãos de Bento Albuquerque, o então ministro de Minas e Energia (MME) em outubro de 2021. Esse ato foi ilegal, pois burla a Receita Federal, o kit continha itens que custavam mais de R$ 800 mil, fora uma caneta, um anel, um par de abotoaduras e um rosário, todos em ouro cravejado de diamantes.