No final do mês de março, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está programando uma viagem à China, mas a presença dos irmãos bilionários Wesley e Joesley Batista na comitiva está causando polêmica. Os irmãos são proprietários da J&F, uma multinacional que é considerada a maior empresa de proteína animal do mundo e que foi envolvida em diversos escândalos de corrupção, incluindo a Operação Lava Jato.

Em 2016, Joesley Batista foi investigado na Operação Lava Jato por ter feito pagamentos de propina ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, através da JBS, empresa controlada pela J&F. Além disso, a JBS e Joesley Batista foram alvo de outras quatro operações de investigação.

Joesley Batista se tornou conhecido internacionalmente por sua delação premiada, na qual ele acusou os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff de receberem 80 milhões de dólares em contas no exterior. No entanto, o Procurador responsável pelo caso concluiu que essa parte da delação não possuía elementos suficientes para ser comprovada, uma vez que a conta no exterior estava no nome de Joesley Batista.

A presença dos irmãos Batista na comitiva de Lula à China foi mal recebida pela oposição ao presidente e deve gerar pedidos de explicações. A J&F é uma empresa que possui um histórico problemático de envolvimento em escândalos de corrupção, e a presença de seus proprietários na comitiva de um ex-presidente da República pode levantar questionamentos éticos e políticos.