Oposição entrega no Senado pedido para criação de CPI do MEC

Anúncio foi feito pelo senador Randolfe Rodrigues. Criação da comissão foi impulsionada pela operação da Polícia Federal contra pastores e Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação

Senadores da oposição protocolaram nesta terça-feira, 28, um pedido de criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as suspeitas de corrupção, tráfico de influência e outros crimes no Ministério da Educação sob o governo de Jair Bolsonaro (PL). O próprio presidente é citado no escândalo. Parte das suspeitas recaem sobre o ex-ministro da pasta Milton Ribeiro. Tanto Bolsonaro quanto Ribeiro negam qualquer ilegalidade.

O anúncio sobre a entrega da CPI foi feito pelo líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que afirmou ter conseguido 30 assinaturas para o requerimento — três a mais que o mínimo exigido. Agora, as assinaturas serão conferidas e o pedido deverá ser lido em plenário.

Se instalada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a CPI do MEC seguirá em paralelo às investigações já em curso no âmbito da Justiça Federal. Até agora, essa apuração não incluiu o presidente, embora visitas de envolvidos no escândalo ao Palácio do Planalto e uma conversa do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro tenham levantado suspeitas sobre Bolsonaro.

A oposição começou a se mobilizar pela coleta de assinaturas para a criação da CPI após as primeiras denúncias de fraudes no MEC, que vieram à tona no final de março. Elas davam conta de eventual tráfico de influência e suposta cobrança de propina por parte de pastores — que teriam trânsito livre na pasta a pedido do presidente Jair Bolsonaro — para a liberação de recursos, a destinação irregular de verbas e superfaturamento em compras de ônibus escolares.

A proposta da comissão ganhou força após a prisão, no dia 22 de junho, do ex-ministro e de outros investigados — todos foram liberados no dia seguinte graças a uma decisão de um desembargador do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1). Também impulsionaram o pedido de CPI as suspeitas dos investigadores de que Bolsonaro pode estar obstruindo a apuração, o que fez o caso ser enviado para avaliação do Supremo Tribunal Federal.

Em abril, Randolfe Rodrigues chegou a anunciar ter conseguido o mínimo de assinaturas para a criação da CPI, mas após intensa atuação do governo, o número foi reduzido devido a desistências de senadores que retiraram seus nomes do documento.

Com informações da Agência Reuters e do Nexo Jornal

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