Julgamento dos acusados de matar Valério Luiz é adiado mais uma vez
Advogados de defesa do ex-presidente do Atlético-GO, Maurício Sampaio, abandonam plenário e são multados em R$ 121 mil
O julgamento dos cinco réus por matar o radialista Valério Luiz foi adiado pela terceira vez em Goiânia após a defesa de Maurício Sampaio, ex-presidente do Atlético-GO, abandonar o plenário. De acordo com o Tribunal de Justiça de Goiás, os advogados foram multados em cem salários mínimos, o que totaliza cerca de R$ 121 mil.
O Ministério Público do Estado de Goiás informou que o júri foi remarcado para o dia 13 de junho. O júri já foi adiado uma vez em função da pandemia de Covid-19 e outra após o então advogado do cartorário e atual vice-presidente do Conselho Administrativo do Atlético-GO, Maurício Sampaio, acusado de encomendar o crime, desistir da defesa.
Os advogados de Maurício Sampaio alegam que o juiz Lourival Machado da Costa não é imparcial. Dizem que o magistrado já deu declarações contra o ex-presidente do Atlético-GO e já foi advogado em um processo contra ele.
O jornalista Valério Luiz [foto à esquerda] foi morto a tiros no dia 5 de julho de 2012, na Rua C-38, no Setor Serrinha, na capital. Ele estava dentro do próprio carro, saindo da rádio em que trabalhava, quando foi baleado por um motociclista que passou pelo local.
Promotoria
O promotor Sebastião Marcos Martins lamentou o novo adiamento, mas disse que isso não atrapalha a estratégia da acusação.
“É uma estratégia. Isso demonstra que eles estão perdidos no processo”,
diz o promotor do caso
Ele ressaltou ainda que existem provas da ligação dos réus com o crime, mas que isso será exposto quando o júri popular acontecer de fato.
O promotor afirmou que não é possível ainda determinar se haverá um novo adiamento no futuro. “O juiz determinou que seja chamado um defensor público para o Maurício Sampaio. Então, essa questão de todos os acusados terem advogados presentes será superada. Mas todo processo tem recursos”, ponderou.
Investigação e denúncia
A Polícia Civil investigou o caso e, em 26 de fevereiro de 2013, indiciou por homicídio:
- Ex-vice-presidente do Atlético-GO e atual vice do conselho de administração do time, o cartorário Maurício Borges Sampaio;
- Urbano de Carvalho Malta, funcionário de Sampaio;
- Policiais militares Ademá Figueiredo e Djalma da Silva;
- Açougueiro Marcus Vinícius Pereira Xavier.
Em 27 de março do mesmo ano, o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) denunciou os cinco pelo mesmo crime.
A defesa de Urbano, Ademá e Djalma, afirmou que os clientes se declaram inocentes e que espera “que o debate seja leal e ocorra numa atmosfera serena e franca”. Já a defesa de Marcus Vinícius informou que não vai se pronunciar.
A defesa de Sampaio informou que “ficará mais uma vez demonstrado não haver sequer indícios que incriminem ou liguem o Sr. Maurício Sampaio ao crime”. No entanto, a equipe acredita que “o júri ainda poderá ser suspenso diante das ilegalidades procedimentais”.
O g1 também solicitou posicionamento ao Atlético Clube Goianiense – devido o crime ter sido, segundo o MP, motivado por críticas ao time. Em nota, o clube informou que não vai se manifestar, neste momento, a respeito de assuntos fora da área desportiva. Sobre a morte de Valério Luiz, o Atlético-GO “reitera que não teve participação no acontecimento”.
Com informações do portal de notícias G1 Goiás
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