Presidente da Ucrânia denuncia “centenas de estupros” cometidos por soldados russos
Guerra entra no seu 49º dia; Zelensky fez discurso nesta terça-feira, 12, ao Parlamento da Lituânia
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse em discurso ao Parlamento da Lituânia que “centenas de casos de estupros foram registrados” desde o início da guerra com a Rússia, em 24 de fevereiro. Segundo Zelensky, entre as vítimas estão meninas adolescentes e crianças pequenas, além de um bebê.
De acordo com o jornal inglês “Mirror”, um soldado russo foi preso por estuprar um bebê. “Centenas de casos de estupro foram registrados, incluindo meninas menores de idade, crianças muito pequenas… E até um bebê! É assustador falar sobre isso agora. Mas é verdade, aconteceu”, afirmou o presidente ucraniano.
Zelensky também reafirmou que a Ucrânia investiga possíveis crimes de guerra cometidos pela Rússia.
“Quase todos os dias novas valas comuns são encontradas. As provas estão sendo coletadas. [São] Milhares e milhares de vítimas. Centenas de casos de tortura brutal. Cadáveres humanos ainda são encontrados em bueiros e porões. Corpos amarrados e mutilados. Há aldeias bastante grandes que ficaram quase sem habitantes. Centenas de crianças são órfãs. Ou seja, pelo menos centenas de crianças, porque ainda não sabemos o número exato de vítimas”, enfatizou.
O presidente ucraniano ainda voltou a criticar a Rússia por chamar a guerra de “operação especial”. “Eu me pergunto como o Ministro da Defesa da Federação Russa e outros autores desta ‘operação especial’ avaliam seus resultados agora? Depois de tais crimes”, afirmou.
ONU diz que denúncias devem ser investigadas
Em discurso no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), a diretora-executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, disse que as acusações de estupro e abuso sexual na Ucrânia devem ser investigadas. “Uma combinação de deslocamento em massa com uma grande presença de recrutas e mercenários e a brutalidade exibida contra civis ucranianos levantou todas as bandeiras vermelhas”, disse Bahous.
“O risco de tráfico humano está aumentando à medida que a situação se torna mais desesperadora. Mulheres jovens e adolescentes desacompanhados correm um risco particular”, acrescentou.
Os comentários foram feitos após uma visita dela à Moldávia, que Bahous disse ter recebido cerca de 95 mil refugiados ucranianos, enquanto “milhares mais” transitaram pelo país. Ela observou que os que chegavam eram em grande parte mulheres, crianças e idosos.
Bahous também pediu mais recursos para as forças policiais na fronteira entre a Moldávia e a Ucrânia “para que possam garantir o apoio às vítimas de violência e tráfico de gênero”. “A resposta sensível ao gênero e centrada no sobrevivente deve estar no centro de toda ação humanitária”, disse Bahous.
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