Gustavo Mendanha renunciou ao cargo de prefeito de Aparecida de Goiânia na noite desta quinta-feira, 31, em solenidade realizada no Anfiteatro Cantor Leandro. O vice-prefeito, Vilmar Mariano, que já foi vereador e presidente da Câmara Municipal, assumiu o mais alto posto do Executivo local. Mendanha é pré-candidato ao Palácio das Esmeraldas e deve se filiar ao Patriota no próximo sábado, 2 de abril.

Mais cedo, em entrevista coletiva, Mendanha disse que está preparado para enfrentar eventuais operações policiais que venham a ser vinculadas aos seus dois mandatos como prefeito (2017-2020; 2021-2022) e ainda afirmou, indiretamente, que elas podem ser patrocinadas pelo governo do Estado – Mendanha terá como adversário direto nas eleições o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que vai disputar a reeleição.

O governo estadual reagiu às declarações de Mendanha e o secretário de Estado de Segurança Pública, Rodney Miranda, divulgou nota rebatendo o que definiu como “ilações” do ex-prefeito (veja ao final desta matéria).

“Eu sei que, em um processo como esse (eleitoral), poderão querer utilizar as instituições. Eu acredito muito no Judiciário goiano, acredito no trabalho da Polícia Civil, no Ministério Público e espero que não venham a utilizar politicamente essas instituições contra alguém que coloca o nome como pré-candidato a governador”, disse ele.

Gustavo também afirmou que adversários tentaram boicotar sua filiação ao Patriota, uma das últimas legendas que lhe sobrou como opção para as eleições de 2022.

“O Patriota me deu toda a segurança. Conversei com vários partidos, atores políticos do estado de Goiás, e legenda que mais me ofereceu conforto foi o Patriota. No sábado dia 02 estarei me filiando ao Patriota e me juntando a um time que tem muita força, como o ex-governador Alcides (Rodrigues) e o presidente da Câmara (de Goiânia), Romário Policarpo, e tantos outros,” disse o agora ex-prefeito de Aparecida de Goiânia.

Resposta do secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda

O pré-candidato Gustavo Mendanha lança ilações de forma irresponsável e desrespeitosa, mostrando o baixo nível do debate que ele se propõe a promover. Quem determina prisão não é governo, é o Poder Judiciário, que deve ser respeitado na sua integridade.

Na busca por um factóide eleitoral, Mendanha também demonstra profunda desconsideração com instituições como o Ministério Público e a Polícia Civil do Estado de Goiás, que igualmente merecem respeito. É no mínimo estranho que um gestor público tenha de apelar para esse tipo de expediente ao deixar, antecipadamente, o cargo para o qual foi eleito.

Se Gustavo Mendanha está com a consciência pesada por algo errado que porventura tenha cometido, esta é uma questão dele com a polícia e com a Justiça, não com o governo.