Março é o mês de conscientização sobre a tuberculose, e esse ano tem novidade na rede pública de saúde. Já está disponível no SUS um esquema mais curto para o tratamento da tuberculose latente – quando a pessoa está infectada com o bacilo da tuberculose e ainda não adoeceu. E em breve, mais um teste para a realização do diagnóstico da infecção latente será distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se do IGRA, que quantifica a resposta imune ao bacilo causador da doença.

Considerada o mal do século passado, a enfermidade matou milhões de pessoas em todo o mundo. Hoje, apesar de ter cura e tratamento gratuito, a tuberculose permanece um problema de saúde pública. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o primeiro das Américas em número de casos, reunindo 33,4% dos novos registros notificados, e compõe o grupo dos 20 países com maior número de casos novos no mundo. 

Em Goiás 
Dados da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) apontam decréscimo nos números de casos no Estado, mas avalia-se que essa redução pode ser em função das restrições impostas pela pandemia de Covid-19, que impactou na detecção de novos casos. Nos anos de 2019, 2020 e 2021, foram registrados, respectivamente, 960, 925 e 900 novos casos de tuberculose em Goiás, que, no entanto, concentra os menores coeficientes de incidência dentre os demais Estados do País.

A SES desenvolve várias ações nos municípios goianos, para que busquem pacientes em abandono de tratamento, orientem a vacinação, a prevenção e a conscientização. A Coordenação de Doenças Negligenciadas da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa), tem alertado profissionais de saúde e a população para aumentarem a atenção frente aos sintomas respiratórios que podem se assemelhar com os da Covid-19, como a tosse persistente. Por isso a investigação para ambas as doenças é de suma importância.

Sobre a doença
A tuberculose é uma doença transmitida por meio de um bacilo que afeta principalmente os pulmões e que pode agravar-se, sem diagnóstico precoce e tratamento adequado, levando até ao óbito. Quando não diagnosticada e tratada precocemente, a tuberculose evolui para o agravamento da condição do indivíduo, levando à internação hospitalar, perda da produtividade econômica e ao aumento dos custos financeiro familiar relacionado à doença.

A transmissão ocorre pelas vias aéreas superiores (ao tossir, falar ou espirrar), por pessoas doentes e que não estão em tratamento. Os principais sintomas são o surgimento de uma tosse persistente, com ou sem a presença do catarro, que evolui para a perda acentuada de peso, febre no período da tarde e suor excessivo no período noturno.

Tratamento
Em qualquer unidade básica de saúde e com distribuição de medicamentos exclusivamente pelo SUS, a doença pode ser tratada e curada. A vacina BCG não oferece eficácia de 100% na prevenção da tuberculose pulmonar, mas sua aplicação em massa permite a prevenção de formas graves da doença, como a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar (forma disseminada) nas crianças até os 4 anos, 11 meses e 29 dias de idade.

O tratamento dura no mínimo 6 meses, dependendo da forma clínica da doença. O tratamento, quando iniciado, não deve ser interrompido. O abandono do tratamento é prejudicial ao indivíduo, mas também à saúde pública, pois não interrompe a cadeia de transmissão e pode evoluir para uma possível resistência aos medicamentos utilizados para a doença.

Ressalta-se que a detecção e o tratamento precoce da doença são fundamentais para a cura e redução da transmissão para outras pessoas, em especialmente os de convívio regular.

Com informações da Secretaria Estadual de Saúde