A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a anulação do acordo de delação premiada firmado pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do governo. O pedido foi encaminhado ao ministro relator da ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado.

Os advogados alegam que Mauro Cid mentiu durante interrogatório realizado na semana passada, o que configuraria quebra das cláusulas do acordo de colaboração premiada, especialmente em relação ao compromisso com a veracidade dos depoimentos e o sigilo das informações.

“O delator mentiu de novo, e tem mentido para acobertar suas sucessivas mentiras, que também comprometem os depoimentos já prestados. Os fatos trazidos a público após os interrogatórios são graves, para dizer o mínimo — e muito pouco”, diz a petição da defesa de Bolsonaro.

A delação de Mauro Cid é uma das peças centrais da investigação conduzida pela Polícia Federal, que apura o envolvimento de militares e ex-integrantes do governo em um suposto plano para subverter a ordem democrática após as eleições de 2022. O conteúdo da colaboração tem sido usado como base para novos desdobramentos no inquérito.