Aliados temem “morte digital” de Bolsonaro em eventual prisão decretada pelo STF
A possibilidade de uma eventual prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro acende um novo alerta entre seus aliados: o risco de um banimento das redes sociais, o que vem sendo chamado nos bastidores de “morte digital”.
A preocupação é que, mesmo que Bolsonaro cumpra eventual pena em regime domiciliar, o Supremo Tribunal Federal (STF) determine sua proibição de acesso ou uso das redes sociais, medida já aplicada em outros casos envolvendo figuras públicas acusadas de disseminação de desinformação.
Segundo a colunista Malu Gaspar, do O Globo, interlocutores próximos ao ex-presidente já consideram esse desfecho uma forma de “exílio virtual”, que o privaria de sua principal ferramenta de comunicação e mobilização política. “Moraes criou o exílio virtual. Vão tentar silenciar o Bolsonaro nas redes, matá-lo civilmente”, afirmou à colunista uma fonte próxima ao ex-presidente com influência no meio jurídico.
As redes sociais são peça central da estratégia de Bolsonaro desde antes de sua eleição. No X (antigo Twitter), ele soma 13,9 milhões de seguidores, enquanto no Instagram são 26,6 milhões. Para efeito de comparação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 9,5 milhões e 13,2 milhões de seguidores nessas plataformas, respectivamente.
A influência digital foi decisiva para Bolsonaro nas campanhas eleitorais de 2018 e 2022, sendo usada para pautar debates, mobilizar a base e atacar adversários. O receio entre seus aliados é que uma eventual suspensão ou bloqueio de suas contas represente uma forma de enfraquecimento político mais grave do que a própria prisão.
O tema acirra ainda mais o embate entre bolsonarismo e o STF, especialmente com o ministro Alexandre de Moraes, relator de investigações que envolvem o ex-presidente. A decisão final caberá ao Judiciário, mas a possibilidade de Bolsonaro ser silenciado nas redes digitais já gera intensos movimentos de bastidores.
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