Estresse no trabalho pode aumentar risco de distúrbios do ritmo cardíaco

Um novo estudo aponta que funcionários mal remunerados e expostos a altos níveis de estresse no trabalho têm quase o dobro de chances de desenvolver um distúrbio cardíaco grave. Trabalhadores de colarinho branco, com empregos estressantes e recompensas baixas, apresentam um risco 97% maior de desenvolver fibrilação atrial, condição que eleva o risco de derrame e insuficiência cardíaca.

Na fibrilação atrial, as câmaras superiores do coração batem de forma irregular, o que pode levar ao acúmulo de sangue e ao surgimento de coágulos, aumentando o risco de derrame. Essa condição dobra o risco de morte relacionada ao coração e está associada a uma chance cinco vezes maior de derrame, segundo a American Heart Association.

Para o estudo, os pesquisadores analisaram dados de mais de 5.900 trabalhadores canadenses, coletados entre 1991 e 2018. Durante o projeto, os funcionários foram questionados sobre seu nível de estresse no trabalho, e os registros médicos mostraram que 186 deles desenvolveram fibrilação atrial. Cerca de 19% dos casos estavam relacionados ao alto estresse, enquanto 25% dos participantes relataram sentir que seu trabalho não era adequadamente recompensado, seja por reconhecimento ou remuneração. Além disso, 10% dos trabalhadores experimentaram tanto estresse quanto insatisfação com a recompensa.

Os resultados indicam que os funcionários com alto nível de estresse apresentaram um risco 83% maior de fibrilação atrial em comparação aos que não estavam estressados. Aqueles que se sentiam mal recompensados tinham 44% mais chances de desenvolver a condição, em comparação com os que se sentiam reconhecidos. Já os trabalhadores que enfrentavam ambos os fatores, estresse e baixa recompensa, apresentaram um risco 97% maior.

Fonte: Journal of the American Heart Association. DOI: 10.1161/JAHA.123.032414.

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