Uma a cada três crianças entre 5 e 9 anos é obesa, apontam estatísticas
Especialistas aproveitam Dia Mundial da Obesidade para fazer alertas e disseminar cuidados
Os dados – alarmantes, diga-se de passagem – são da própria Organização Mundial da Saúde (OMS): a obesidade é um dos maiores e mais preocupantes problemas da atualidade. Para se ter ideia, 54% da população brasileira (ou 114 milhões de pessoas) encontra-se com excesso de peso e 19% (ou 40 milhões de pessoas) é considerada obesa.
A discussão agrava-se quando levamos em conta que a alimentação do brasileiro é considerada, via de regra, “irregular” e “mal feita”. Há um quadro grave de insegurança alimentar no país e um grande número de pessoas se alimenta de forma errada, mesmo tendo acesso aos alimentos adequados.
No caso das crianças o cenário ainda é pior. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 9,4% das meninas e 12,4% dos meninos são considerados obesos. Os números revelam que uma a cada três crianças brasileiras, de 5 a 9 anos, está acima do peso.
Não por acaso, o Dia Mundial da Obesidade, marcado para este 4 de março, chama a atenção para campanhas como a que é promovida pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica e pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, cujo tema em 2022 é “Obesidade: conhecimento, cuidado e respeito!”.
Esta campanha, segundo relatam os organizadores, busca diminuir o preconceito, entender as causas da obesidade e reforçar a relevância do tratamento adequado à população: “O conhecimento sobre obesidade evoluiu consideravelmente nos últimos anos e muitos conceitos e percepções da ciência ficaram para trás, mas infelizmente ainda são comuns na sociedade”.
Infância
Neste contexto, quando retornarmos ao tema “obesidade infantil”, vale destacar que, de acordo com a OMS, a mesma pode ser considerada uma epidemia em decorrência do aumento do número de crianças obesas em todo o mundo.
A médica endocrinologista Marcela Pitaluga é taxativa ao alertar que a “a obesidade infantil pode levar a doenças cardiometabólicas como a hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, ginecomastia e hipogonadismo. Pode também causar transtornos psiquiátricos, como ansiedade e depressão, e até menor frequência escolar e problemas no desenvolvimento sociocomportamental”.
A médica também reforça que “é importante reconhecer a rotina alimentar da criança ou do adolescente obeso, e tentar inserir de forma prazerosa e consciente a mudança dos hábitos alimentares”. “É necessário muitas vezes, uma abordagem lúdica, com alimentos coloridos e texturas mais saborosas ao paladar”, recomenda Marcela.
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