Negros são mais afetados pela poluição atmosférica

A poluição do ar afeta a saúde de todas as pessoas expostas, mas um novo estudo da George Washington University, nos Estados Unidos, revela que as comunidades negras sofrem mais severamente com o ar poluído.

Segundo a pesquisa, a poluição atmosférica está associada a taxas de asma infantil quase oito vezes mais altas e a um risco de morte prematura 1,3 vezes maior entre as comunidades minoritárias em comparação com as comunidades brancas.

Os pesquisadores monitoraram problemas de saúde relacionados a duas formas de poluição atmosférica: dióxido de nitrogênio, comumente emitido pelo tráfego, e partículas finas de fuligem, provenientes de veículos e indústrias. Para isso, combinaram dados do Gabinete do Censo dos EUA com imagens de satélite da NASA para estimar as concentrações de poluentes e seu impacto na saúde humana.

O dióxido de nitrogênio pode irritar os pulmões e desencadear ataques de asma, enquanto as partículas finas podem penetrar profundamente nos pulmões e na corrente sanguínea, aumentando o risco de várias doenças, incluindo problemas cardíacos, câncer de pulmão e derrames.

Em 2019, a poluição do ar nos EUA foi responsável por aproximadamente 49.400 mortes prematuras e quase 115.000 novos casos de asma infantil. O estudo também revelou que as disparidades na mortalidade prematura causada por exposição a partículas finas aumentaram 16% entre as comunidades com menor e maior proporção de residentes brancos. Em comparação, essa diferença foi de 40% entre as comunidades com menor e maior proporção de residentes hispânicos.

Os pesquisadores enfatizam que as disparidades na saúde devido à exposição a esses poluentes são mais amplas do que as disparidades na própria exposição, e que essas diferenças aumentaram ao longo da última década, apesar da redução nos níveis de poluição. Eles defendem a necessidade de regulamentações mais rigorosas para diminuir ainda mais a poluição atmosférica nos Estados Unidos.

Referência: Environmental Health Perspectives. DOI: 10.1289/EHP14705.

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