Tubarão de 500 anos pode conter o segredo para estender a vida humana

Um predador que habita geralmente águas profundas e pode viver quase 500 anos pode representar uma descoberta crucial para combater doenças cardíacas e desvendar os segredos da longevidade humana. Cientistas acreditam que investigar o metabolismo do tubarão da Groenlândia, conhecido por sua resistência, poderá ajudar a superar os limites atuais da longevidade humana.

Pouco se sabe sobre este vertebrado, que é o mais longevo do mundo e pode viver por séculos nas frias águas do Atlântico, do Canadá à Noruega e até ao largo da costa escocesa. Em 2022, foi avistado pela primeira vez no Caribe.

Recentemente, um tubarão foi identificado como tendo nascido em 1624, ano em que a Inglaterra entrou em guerra com a Espanha e estabeleceu sua primeira colônia no Caribe. Este incrível espécime antigo foi descoberto pela Universidade de Copenhague, na Dinamarca. Este tubarão presenciou eventos históricos como o Grande Incêndio de Londres, as guerras civis inglesa e americana, além das duas guerras mundiais do século passado.

Os tubarões da Groenlândia, que podem atingir até 7 metros de comprimento e pesar mais de 1 tonelada, são conhecidos por se alimentarem até mesmo de ursos polares. São avistados raramente, uma vez que muitos vivem a profundidades de até 600 metros sob o gelo do Ártico.

Esses predadores possuem características únicas, como um focinho curto e arredondado, olhos pequenos e uma pele coberta por pequenas escamas chamadas dentículos dérmicos, que dão à sua pele uma textura áspera. Seu corpo é cilíndrico e alongado, com duas barbatanas dorsais e uma longa barbatana caudal.

Pesquisas experimentais recentes indicam que a atividade metabólica muscular pode ser um fator crucial para a extraordinária longevidade do tubarão da Groenlândia, conforme reportagem no “Sun”. Essas descobertas têm potencial para beneficiar não apenas a saúde cardíaca humana, mas também para ajudar outras espécies a enfrentar os desafios das mudanças climáticas.

“Queremos compreender quais adaptações permitem que esses tubarões vivam tanto tempo”, afirmou Ewan Camplisson, pesquisador de doutorado da Universidade de Manchester, na Inglaterra.

Durante uma conferência da Sociedade de Biologia Experimental em Praga, Camplisson apresentou pesquisas que demonstram que a atividade metabólica muscular do tubarão da Groenlândia não varia com a idade, ao contrário de outras espécies.

“Enquanto a maioria das espécies apresenta variações no metabolismo conforme envelhecem, nossos resultados apoiam a hipótese de que o tubarão da Groenlândia não demonstra os mesmos sinais tradicionais de envelhecimento observados em outros animais”, explicou o cientista.

Os cientistas não encontraram variação significativa na atividade metabólica muscular entre diferentes idades, sugerindo que o metabolismo pode desempenhar um papel crucial na longevidade desses tubarões.

“Estudando o coração do tubarão da Groenlândia, podemos obter insights valiosos sobre nossa própria saúde cardiovascular, especialmente à medida que esses problemas se tornam mais comuns e sérios com o avanço da idade”, concluiu Camplisson.

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