Estudo avalia o risco de morte associado ao uso de antipsicóticos em jovens
Um estudo recentemente publicado na revista JAMA Psychiatry investigou os riscos ligados ao uso de medicamentos antipsicóticos em crianças e jovens adultos sem doenças somáticas graves ou psicose. A pesquisa analisou dados de 2.067.507 pacientes do Medicaid, com idades entre 5 e 24 anos, e descobriu que o uso de doses de antipsicóticos superiores a 100mg de equivalentes de clorpromazina estava associado a um aumento no risco de mortalidade. Por outro lado, doses menores ou nenhuma dose em crianças de 5 a 17 anos não mostraram associação significativa com aumento na mortalidade.
Este estudo retrospectivo de coorte nacional nos Estados Unidos comparou pacientes que começaram tratamento com antipsicóticos com aqueles que receberam medicamentos psiquiátricos de controle, como agonistas alfa, atomoxetina, antidepressivos e estabilizadores de humor. O objetivo foi avaliar a mortalidade entre os dois grupos.
Os resultados indicaram que doses de antipsicóticos de até 100mg de equivalentes de clorpromazina, especialmente em crianças, não aumentaram o risco de morte. No entanto, doses acima desse limiar estavam significativamente associadas a um aumento na mortalidade, especialmente por overdose e outras causas não intencionais em jovens adultos. Não foram encontradas associações entre doses mais altas de antipsicóticos e mortes por suicídio sem overdose, nem por causas cardiovasculares ou metabólicas.
Em resumo, o estudo sugere que doses de até 100mg de equivalentes de clorpromazina ou o uso em crianças não estão ligados a um aumento do risco de morte. Contudo, doses acima desse limite apresentam um risco significativo em jovens adultos, destacando a importância da prudência na administração desses medicamentos.
Fonte: JAMA Psychiatry. DOI: 10.1001/jamapsychiatry.2023.4573.
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