Câmara mantém veto à homenagem a Iris Rezende; presidente do MDB critica vereadores do partido
Por 24 votos a 8, foi mantido veto do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) ao projeto que mudava nome da Avenida Castelo Branco, em Goiânia
Por 24 votos a 8, a Câmara de Goiânia, durante sessão realizada nesta terça-feira, 22, manteve o veto do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) ao projeto de lei que alterava o nome da Avenida Castelo Branco, em Goiânia, para Iris Rezende Machado – líder do MDB que morreu em 9 de novembro do ano passado.
Dos cinco vereadores do partido, apenas Clécio Alves e Izídio Alves votaram pela derrubada do veto; os outros três votaram pela manutenção: Anselmo Pereira, Henrique Alves e Kleybe Morais.
O presidente estadual do MDB, ex-deputado federal Daniel Vilela, que era a favor da homenagem a Iris, posicionou-se em uma rede social após a votação na Câmara, onde também teceu críticas aos colegas de partido do Legislativo Goianiense.
“Lamentável que os vereadores de Goiânia tenham rejeitado o projeto que daria o nome do nosso grande líder Iris Rezende à Avenida Castelo Branco. A Câmara erra – e principalmente os vereadores do MDB -, ao não conceder tal honraria àquele que tanto fez por Goiás e por Goiânia”, escreveu Daniel no Twitter.
“Se existe em Goiás algum nome mais apropriado para batizar uma agrovia (dado o perfil comercial daquela via) do que Iris Rezende, eu desconheço. Foi um dos maiores ministros da Agricultura da história do País, reconhecido internacionalmente pela modernização do setor”,
Presidente do MDB em Goiás, Daniel Vilela, no Twitter
Retrospecto
O prefeito Rogério Cruz havia vetado o projeto – originalmente apresentado pelo vereador Clécio Alves (MDB) – alegando que, conforme previa a lei, aquela mudança de nome determinava consulta popular prévia.
Em contrapartida, empresários e comerciantes da Avenida Castelo Branco, via marcada pelo intenso comércio de produtos agropecuários, protestaram contra a mudança do nome. Argumentavam que a avenida já era extremamente conhecida, inclusive por consumidores de outros estados, e que teriam prejuízos com a necessidade de atualização cadastral junto aos órgãos públicos. Eles também se articularam e pressionaram os vereadores a votarem pela manutenção do veto.
Em meio ao imbróglio, a família do ex-prefeito de Goiânia e ex-governador Iris Rezende divulgou uma carta aberta aos goianos há quatro dias, onde defendeu a homenagem ao pai.
“Ninguém amou esta cidade mais que Iris, e somos testemunhas de que nenhum outro se sentiu mais amado por sua gente do que ele. Por isso, agradecemos e nos sentimos honrados com todas as homenagens sugeridas e pensadas nos últimos meses, desde que ele nos deixou”, escreveu uma das filhas, Ana Paula Craveiro.
“Mas, junto com a alegria e orgulho, nos vemos no dever de ressaltar o que entendemos ser de mais elevada importância: nem Iris, nem Goiânia merecem que o nobre objetivo de homenageá-lo seja uma corrida de obstáculos que não coadunam com a grandeza sua e da nossa querida Capital. Esperamos união, consenso, espíritos desarmados de todos que buscam, no reconhecimento material, dar a justa e devida homenagem a Iris”, complementou a filha de Iris, à época.
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