Infertilidade masculina pode indicar risco de câncer
A deficiência ou ausência de espermatozoides viáveis no sêmen de um homem pode representar um risco significativo para ele e para seus familiares, conforme sugere um estudo realizado na Universidade de Utah, nos Estados Unidos.
Os pesquisadores analisaram amostras de sêmen de aproximadamente 800 homens de Utah que frequentavam clínicas de fertilidade e compararam esses dados com amostras de cerca de 5.700 homens conhecidos por serem férteis (tendo pelo menos um filho).
Entre os homens inférteis, 426 não apresentavam espermatozoides no sêmen, enquanto outros 360 possuíam apenas níveis muito baixos de esperma. Os pesquisadores investigaram as estatísticas de histórico de câncer tanto dos homens como de suas famílias.
Descobriu-se que, entre aqueles sem espermatozoides no sêmen, 12 das 13 famílias apresentaram taxas mais altas de pelo menos um tipo de câncer. Resultados semelhantes foram observados nas famílias dos homens com níveis muito baixos de esperma: todas as 12 famílias apresentaram taxas elevadas de câncer.
Especificamente, familiares de homens sem espermatozoides no sêmen tinham um risco 156% maior de cânceres ósseos e articulares; 56% maior de sarcomas e outros tumores de tecidos moles; 27% maior de câncer uterino; 60% maior de linfoma de Hodgkin e 54% maior de câncer de tireoide.
Os familiares de homens com quantidades mínimas de espermatozoides no sêmen enfrentaram riscos semelhantes: um aumento de 143% nos cânceres ósseos e articulares, 16% maior de câncer de cólon e 134% maior de câncer testicular.
Houve uma exceção nesse grupo: um risco 61% menor de câncer de esôfago. Os pesquisadores planejam novos estudos para melhor avaliar o risco de câncer nas famílias e fornecer aconselhamento mais preciso aos pacientes.
Fonte: Human Reproduction. DOI: 10.1093/humrep/dead270.
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