Temperaturas extremas aumentam risco de morte cardíaca
Tanto os dias extremamente quentes quanto os muito frios afetam as pessoas que têm doenças cardíacas, principalmente aquelas com insuficiência cardíaca.
Uma nova análise multinacional de 32 milhões de mortes relacionadas ao coração nos últimos 40 anos, realizada na Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, descobriu que mais ocorreram em dias com temperaturas severas, um problema que a mudança climática pode piorar ainda mais.
Para estudar o impacto das temperaturas, os pesquisadores analisaram dados de 32 milhões de mortes relacionadas ao coração em 27 países entre 1979 e 2019. Eles compararam as mortes relacionadas ao coração nos 2,5% de dias mais quentes e mais frios em 567 cidades com aquelas em dias em que as temperaturas eram ótimas.
Para cada 1.000 mortes relacionadas ao coração, houve 2,2 mortes adicionais em dias de calor extremo. Também houve 9,1 mortes adicionais em dias de frio extremo. Entre as pessoas com insuficiência cardíaca, houve 2,6 mortes adicionais em dias extremamente quentes e 12,8 em dias extremamente frios.
O estudo mostrou que uma em cada 100 mortes cardiovasculares pode ser atribuída a dias de temperaturas extremas, e os efeitos da temperatura foram mais pronunciados quando se observam as mortes por insuficiência cardíaca.
Embora o maior número de mortes tenha sido devido a insuficiência cardíaca, o clima extremo também levou a um aumento no número de acidentes vasculares cerebrais; arritmia (batimento cardíaco irregular); e doença isquêmica do coração (causada pelo estreitamento das artérias cardíacas).
De acordo com os pesquisadores disseram que não puderam fazer estimativas globais porque não havia dados suficientes do sul da Ásia, Oriente Médio e África, mas os resultados indicam a necessidade de sistemas de alerta direcionados e conselhos para pessoas vulneráveis durante temperaturas extremas para prevenir mortes relacionadas ao coração.
Fonte: Circulation. DOI: 10.1161/CIRCULATIONAHA.122.061832.
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