Conheça a goiana condenada pelo 8/1 que quebrou a tornozeleira eletrônica e fugiu do país
Após os atos de 8 de janeiro de 2023, onde apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro foram presos por invadirem as sedes dos Três Poderes, em Brasília, o Supremo Tribunal Federal julgou e condenou os acusados por diversos crimes, como tentativa de golpe de estado, vandalismo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Os presos foram levados às penitenciárias e alguns tiveram as penas convertidas em domiciliar. Porém, desde as condenações, ao menos dez militantes bolsonaristas quebraram suas tornozeleiras eletrônicas e fugiram do Brasil. Dentre elas estão uma empresária goiana. Saiba quem é.
Foragida
Natural de Goiânia (GO), Rosana Maciel Gomes, uma empreendedora de 50 anos de idade, foi sentenciada a 14 anos de prisão por envolvimento em tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, e outros delitos. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), ela teria participado de atos de vandalismo ocorridos em 8 de janeiro. No entanto, Rosana nega as acusações, afirmando que adentrou ao Palácio do Planalto em resposta aos helicópteros que lançavam bombas de gás.
Após ser detida em 8 de janeiro durante a invasão do Palácio do Planalto, Rosana foi posteriormente libertada sob condição de liberdade condicional, utilizando uma tornozeleira eletrônica. Desde 15 de janeiro, porém, ela está foragida após não comparecer perante o juízo.
Rosana fugiu para o Uruguai através da fronteira em Santana do Livramento (RS), situada a 2.145 km de sua residência. Posteriormente, ela seguiu para a Argentina. Segundo informações do UOL, Rosana entrou na Argentina em 12 de abril. Em decorrência de sua fuga, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o confisco de suas contas bancárias. A defesa de Rosana optou por não fornecer esclarecimentos à imprensa.
Ação no 8 de janeiro
Durante a invasão, ocorrida em 8 de janeiro, o grupo ao qual Rosana supostamente estava associada causou danos aos vidros, mobiliário e obras de arte do Palácio do Planalto. Entre os objetos depredados estava um relógio trazido ao Brasil por D. João VI em 1808, além de uma obra de arte de Di Cavalcanti.
A Polícia Federal encontrou evidências de violação da lei em seu celular. O laudo da perícia revela que foram encontrados diálogos e mensagens entre 3 de janeiro de 2023 e 9 de janeiro de 2023, contendo palavras e expressões de teor político-ideológico, golpista e antidemocrático. Alexandre de Moraes votou pela sentença de 14 anos para Rosana.
A sentença de prisão foi proferida em 27 de outubro de 2023, durante um julgamento realizado no plenário virtual do STF. Na mesma decisão, outros 5 indivíduos simpatizantes do governo Bolsonaro também foram condenados.
Quebra de tornozeleira eletrônica e fuga
Ao menos dez militantes bolsonaristas que foram condenados ou são investigados por participarem dos ataques golpistas às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro do ano passado, quebraram suas tornozeleiras eletrônicas e fugiram do Brasil.
De acordo com um levantamento realizado pelo Portal UOL, pelo menos 51 indivíduos suspeitos de envolvimento em atividades golpistas após as eleições presidenciais de 2022 estão atualmente com mandados de prisão em aberto ou fugiram depois de romperem suas tornozeleiras eletrônicas. Dentre essas pessoas, a reportagem identificou que dez indivíduos fugiram para o exterior neste ano, atravessando as fronteiras de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os destinos para onde fugiram foram a Argentina e o Uruguai.
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