As estatinas, comumente usadas para tratar desordens relacionadas ao colesterol, podem ter um novo papel no futuro: aliviar sintomas de asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Essa é a esperança de uma nova linha de pesquisa em desenvolvimento na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

Os cientistas estão direcionando seus estudos para o músculo liso das vias aéreas (ASM) – uma estrutura presente nas paredes das vias respiratórias que regula o fluxo de ar. A inflamação associada à asma pode causar uma contração do músculo liso, o que leva ao estreitamento das vias aéreas. Essa “hiperatividade” do músculo liso também desempenha um papel importante na DPOC.

Os tratamentos atuais, como os broncodilatadores para a asma, já visam receptores específicos nas células do músculo liso, promovendo um relaxamento saudável. No entanto, esses medicamentos nem sempre são eficazes.

É aí que entram as propriedades anti-inflamatórias das estatinas. Estudos de laboratório demonstraram que esses medicamentos melhoram a função celular das vias aéreas de várias maneiras.

Além disso, os pesquisadores descobriram que as estatinas também atuam como broncodilatadores, relaxando diretamente o tecido do ASM e promovendo a abertura das vias aéreas. No entanto, as estatinas administradas por via oral não demonstraram benefícios significativos contra doenças respiratórias, pois o fígado metaboliza esses medicamentos, reduzindo seus efeitos nas vias respiratórias.

Para contornar esse problema, os pesquisadores planejam conduzir ensaios clínicos de fase 1 e fase 2, nos quais pacientes com asma e DPOC receberão estatinas através de inaladores para avaliar sua segurança e eficácia. Inicialmente, os estudos se concentrarão na asma, mas o objetivo é investigar também a DPOC.