Trauma infantil pode aumentar o risco de dor crônica na idade adulta

Um estudo conduzido na Universidade McGill em Montreal, Canadá, revelou que crianças que enfrentam traumas têm uma probabilidade aumentada de experimentar dores crônicas na vida adulta. A pesquisa abrangeu mais de 75 anos de dados, envolvendo mais de 826 mil pessoas e incluiu informações sobre diversos tipos de abuso físico, emocional e sexual, além de outros traumas sérios na infância.

Os resultados da análise indicaram fortes correlações entre um histórico de abuso físico durante a infância, em particular, e o desenvolvimento de condições de dor crônica décadas mais tarde. No entanto, outras formas de “experiências adversas na infância” (ACEs) também mostraram estar associadas a esse fenômeno.

Além do abuso físico, a nova análise considerou outros tipos de traumas, como violência doméstica, convivência com familiares que sofrem de abuso de substâncias ou a perda de um dos pais. As condições de dor crônica em adultos incluíram problemas como dor lombar, artrite, dores de cabeça e enxaquecas, muitas vezes impactando significativamente na qualidade de vida diária.

Globalmente, as crianças expostas diretamente à negligência ou ao abuso físico, sexual ou emocional demonstraram uma probabilidade 45% maior de desenvolver dor crônica na idade adulta, em comparação com aquelas sem tais experiências adversas.

O abuso físico foi identificado como o fator de maior impacto, correlacionando-se tanto com dor crônica quanto com dores tão intensas a ponto de causar incapacidade funcional. Adicionalmente, a inclusão de traumas “indiretos”, como violência doméstica, abuso de substâncias pelos pais ou perda dos pais, aumentou ainda mais as chances de desenvolvimento de dor crônica.

Fonte: European Journal of Psychotraumatology. DOI: 10.1080/20008066.2022.2156053.

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