Genética pode ajudar a identificar risco de síndrome do ‘coração de atleta’

Um estudo conduzido por pesquisadores australianos e belgas sugere que atletas de elite que sofrem uma parada cardíaca súbita podem ter uma predisposição genética que os torna mais suscetíveis a doenças cardíacas.

Após analisar mais de 280 atletas de resistência de alto nível, os pesquisadores descobriram que 1 em cada 6 apresentava medidas indicativas de doença cardíaca e redução da função cardíaca. Esses atletas também carregavam uma carga genética associada a doenças cardíacas.

Embora o fenômeno do coração dos atletas seja conhecido há muito tempo, os pesquisadores revelaram que as mudanças são mais profundas do que se pensava anteriormente. Um número considerável desses atletas apresentava alterações na função cardíaca.

Os participantes do estudo fazem parte do projeto Pro@Heart, um estudo internacional que busca avaliar os efeitos de longo prazo do exercício de alto nível na saúde. Eles foram submetidos a exames de imagem cardíaca, testes de exercício em seis cidades da Austrália e da Bélgica, além de análises genéticas.

Cerca de 16% dos atletas apresentavam problemas cardíacos associados a doenças cardíacas, como aumento do coração, batimentos cardíacos irregulares e alterações no ventrículo esquerdo – a câmara responsável pela circulação de sangue oxigenado pelo corpo.

A redução da função cardíaca foi observada apenas em repouso, enquanto durante o exercício, seus corações funcionavam em níveis acima do normal. Isso indica que os órgãos são capazes de aumentar significativamente a ação de bombeamento quando necessário para aumentar o fluxo sanguíneo.

Os pesquisadores também descobriram que os atletas com maior carga genética associada a doenças cardíacas tinham 11 vezes mais probabilidade de apresentar medidas de função cardíaca reduzidas.

Os autores destacam a importância de monitorar de perto a saúde cardíaca dos atletas de alto nível e planejam acompanhar esses mesmos atletas ao longo dos próximos 25 anos para avaliar o desenvolvimento de problemas cardíacos.

Fonte: Circulation. DOI: 10.1161/CIRCULATIONAHA.122.063777.

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