Choro é declarado Patrimônio Cultural do Brasil

O Choro, expressão musical emotiva caracterizada pelo som do bandolim, flauta, violão 7 Cordas, pandeiro, cavaquinho e clarinete ecoando em rodas por todo o Brasil, agora é oficialmente reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil. Esta determinação, tomada por unanimidade pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, presidido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi anunciada nesta quinta-feira (29).

O processo de reconhecimento foi iniciado pelo Clube do Choro de Brasília, pelo Instituto Casa do Choro do Rio de Janeiro e pelo Clube do Choro de Santos (SP), além de um abaixo-assinado. Com essa decisão, o Choro será inscrito no Livro das Formas de Expressão do Instituto, que cataloga diversas manifestações artísticas. Atualmente, o Brasil possui outros 52 bens imateriais registrados como Patrimônio Cultural pelo Iphan, incluindo o frevo, a roda de capoeira e o maracatu.

O presidente do Clube do Choro de Brasília, Henrique Lima Santos Filho, conhecido como Reco do Bandolim, destaca a importância desse registro: “É um bem que nos enche de orgulho, representando a nação. O Choro, precursor do samba, é uma expressão genuinamente brasileira que reflete nossa rica diversidade cultural, reunindo influências da Europa e da África.”

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, expressou sua satisfação com a decisão: “O Choro é uma construção do povo brasileiro, amado por todos nós. Esse reconhecimento como patrimônio é um momento especial para o Brasil.”

O presidente do Iphan, Leandro Grass, enfatizou o compromisso do governo em preservar e promover o acesso ao Choro: “Este registro não é apenas uma honraria, mas sim um compromisso estatal de proteger e divulgar esse bem cultural. Vamos adotar políticas para que mais pessoas conheçam e se envolvam na preservação do Choro.”

Choro

O Choro, considerado o mais brasileiro dos gêneros musicais, teve suas origens nas rodas de música do Rio de Janeiro em 1870. Seu nome deriva da forma emotiva de tocar músicas estrangeiras, sendo chamado pelos apreciadores como “música de fazer chorar”.

O legado do Choro é preservado por artistas renomados como Pixinguinha, Waldir Azevedo, Jacob do Bandolim e Altamiro Carrilho, assim como pelos contemporâneos Paulinho da Viola e os irmãos Hamilton de Holanda. Reco do Bandolim, além de presidente do Clube do Choro de Brasília, fundou a primeira Escola Brasileira de Choro, a Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello, em 1997.

Canções emblemáticas do Choro, como “Carinhoso” de Pixinguinha e João de Barro, e “Brasileirinho” de Waldir Azevedo, continuam a encantar e emocionar gerações com sua essência brasileira.

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