TOCANTINS – Vistoria no Hospital Geral de Palmas aponta falta de 200 profissionais

Situação afeta o trabalho de servidores e o tratamento de pacientes.

Vistoria realizada pelo Conselho Regional de Enfermagem do Tocantins (Coren-TO) apontou irregularidades no Hospital Geral de Palmas (HGP). Segundo levantamento, a maior unidade de saúde pública do estado funciona com 200 profissionais a menos que o necessário. A situação afeta o trabalho de servidores e o tratamento de pacientes.

Segundo o Conselho, em alguns momentos o HGP fica com apenas um técnico de enfermagem para atender crianças no pronto-socorro infantil. Nas unidades de cuidado intermediário e intensivo, um único técnico chega a ficar responsável pelo dobro de pacientes – descumprindo a orientação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A gerente comercial Marina Ramos acompanha a mãe na luta contra o câncer e vai com frequência ao HGP, onde é feito o tratamento. Ela reclama de longas esperas e da falta de profissionais para realizar atendimentos.

“O paciente mesmo se controla. Não tem ninguém verificando se ele está fazendo certo. Depois ele mesmo levanta da cama, tem que ir ao banheiro esvaziar a bexiga e depois ir embora. Uma pessoa oncológica. São todos debilitados. Teria que ter alguém acompanhando”

Marina Ramos, que acompanha a mãe em tratamento contra um câncer

A falta de profissionais não foi a única irregularidade encontrada na unidade. Segundo o Coren, entre outros problemas que afetam o exercício da profissão e assistência à saúde estão a dificuldade para ter acesso a equipamentos de proteção individual.

A direção do HGP foi notificada pelo Coren para que repasse informações sobre as escalas de trabalho e o número de profissionais em cada setor até o dia 18 de fevereiro. O relatório também foi encaminhado à Secretaria Estadual de Saúde, ao Ministério Público do Tocantins, Defensoria Pública, Ministério do Trabalho, Tribunal de Justiça e Sindicato de Profissionais de Enfermagem do Tocantins.

Covid-19
João Batista, presidente do Sindicato, diz que já tentou realizar uma reunião com o secretário de saúde Afonso Piva para expor a situação, mas não conseguiu ser atendido. Ele acredita que, além da gestão, a falta de testes para a Covid-19 está contribuindo para desfalque na equipe.

“A testagem está sendo realizada hoje, mas de forma precária. Não como deveria ser. Os profissionais que atuam no dia a dia a gente entende que tem que ser testado frequentemente”, disse João Batista.

O Ministério Público instaurou procedimento para apurar as irregularidades e solicitou que a Secretaria de Saúde forneça informações sobre a situação do HGP no prazo de 10 dias. Os promotores também investigam o não cumprimento integral da jornada de trabalho por médicos do hospital.

Resposta
A Secretaria de Saúde confirmou que já foi notificada e disse que está realizando o levantamento das informações. Disse ainda que a cada três meses é feito o redirecionamento de profissionais com objetivo de otimizar e atender a demanda do hospital.

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