A Universidade de Chicago divulgou um estudo que aponta um aumento significativo na frequência de vasectomias nos Estados Unidos ao longo da última década. Entre 2014 e 2021, a taxa de vasectomias nos EUA cresceu 26%, conforme revelado por uma análise de dados provenientes de reclamações de seguros de saúde.

Os pesquisadores utilizaram informações de sinistros de seguros de saúde para calcular a taxa anual de vasectomias entre homens com seguro privado, com idades entre 18 e 64 anos. A proporção de homens que se submeteram à vasectomia em um determinado ano aumentou de aproximadamente 0,43% em 2014 para 0,54% em 2021.

Os incrementos foram mais expressivos em determinados grupos, como homens sem filhos (aumento de 61%), homens com esposas mais velhas (aumento de 41%), homens solteiros (aumento de 41%) e homens jovens de 18 a 24 anos (aumento de 37%). A vasectomia permaneceu popular entre homens com dois ou mais filhos. Além disso, as áreas rurais experimentaram aumentos mais significativos nas taxas de vasectomia em comparação com as áreas urbanas, conforme observado pelos pesquisadores.

Os autores do estudo sugerem que o atual cenário pode estar levando alguns homens a assumirem maior responsabilidade na prevenção de gravidez indesejada. Embora as razões para essa mudança possam ser diversas e pessoais, as motivações incluem preocupações com os parceiros e o receio de ter filhos não planejados.

Vale ressaltar que a vasectomia é um procedimento minimamente invasivo, no qual um fragmento dos canais que conduzem os espermatozoides dos testículos ao pênis é removido. O procedimento, que dura de 15 a 20 minutos e é realizado com anestesia local, não requer internação hospitalar e pode ser conduzido no consultório médico.

Apesar do aumento relativo na demanda por esse procedimento, os pesquisadores destacam que a vasectomia ainda é subutilizada em comparação com métodos de contracepção permanente feminina. Mesmo com os incrementos observados, apenas cerca de 4% dos homens optam pela vasectomia.

Fonte: Urology. DOI: 10.1016/j.urology.2023.06.013.