Dormir mal afeta nossas emoções positivas, revela estudo


Um extenso estudo revisou as pesquisas realizadas ao longo das últimas cinco décadas, fornecendo evidências robustas de que a qualidade do sono exerce uma influência significativa no funcionamento emocional, acarretando implicações para a saúde mental a longo prazo.

Conduzida por pesquisadores da Universidade de Montana, nos Estados Unidos, a pesquisa revelou que a privação de sono está associada a uma diminuição nas emoções positivas, como alegria e contentamento, e ao aumento dos sintomas de ansiedade. Além disso, o estudo indica que esses efeitos adversos persistem mesmo quando ocorrem pequenas reduções no tempo de repouso, como dormir uma ou duas horas a menos do que o habitual.

“A longo prazo, isso eleva o risco de transtornos do humor, incluindo depressão, ansiedade e transtorno do estresse pós-traumático”, alerta a especialista em medicina do sono Maíra Honorato, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Os autores do estudo compilaram pesquisas abrangendo diversos tipos de privação de sono e seu impacto no estado emocional, analisando 154 artigos provenientes de 28 países, com um total de 5.715 participantes.

Os participantes foram submetidos a situações simuladas de privação aguda, em que ficavam prolongados períodos sem dormir, e crônica, em que reduziam o tempo de sono habitual. Também foi avaliado o efeito do sono fragmentado, caracterizado por interrupções frequentes do sono.

A avaliação do impacto emocional foi realizada por meio de questionários que avaliavam respostas a estímulos emocionais, além de testes para medir sintomas de ansiedade e depressão, comparando todos os dados a um grupo controle.

Diferentemente das emoções positivas, as emoções negativas, como medo, raiva, desgosto e estresse, apresentaram resultados menos consistentes. Os pesquisadores sugerem uma explicação evolutiva para esse fenômeno, argumentando que esses sentimentos têm uma função imediata diante de uma ameaça, e sua menor sensibilidade à falta de sono seria vantajosa para a proteção pessoal.

Outros estudos indicam que aproximadamente 30% dos adultos não dormem o suficiente. Um artigo brasileiro destaca que fatores como tabagismo, consumo de álcool, sedentarismo e excesso de peso também estão associados a problemas de sono. Em São Paulo, dados do Episono (Estudo Epidemiológico do Sono) revelam que 45% da população apresenta queixas relacionadas à insônia.

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