Casos de mal súbito são mais comuns no verão; conheça os sinais de alerta
A expressão “mal súbito” é utilizada para descrever situações que demandam atendimento médico imediato, tais como infarto, AVC, arritmia cardíaca e ataques cardíacos. Durante o verão, esses incidentes podem aumentar devido a diversos fatores.
Conforme um levantamento do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), com base nos dados do Sistema de Internação Hospitalar do Datasus, do Ministério da Saúde, observou-se um aumento significativo de cerca de 160% nos casos de infarto no Brasil nos últimos 14 anos. Entre os homens, as internações mensais médias subiram de 5 mil para mais de 13 mil, enquanto entre as mulheres, a média passou de 2 mil para quase 5 mil casos.
O cirurgião cardiovascular Elcio Pires Junior, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, destaca que, no verão, esses incidentes podem ser mais frequentes devido à tendência das pessoas relaxarem nos cuidados com a saúde durante as férias, somada ao agravante do calor. “Pessoas costumam sair da rotina no verão, exagerando em alimentação não saudável, consumo de álcool, tabagismo e sedentarismo. Além disso, o calor causa vasodilatação, elevando o risco de infarto”, ressalta Pires.
A idade também faz diferença
A idade também desempenha um papel importante, sendo que até os 35 anos, a principal causa de mal súbito é de origem cardíaca. Após essa idade, os problemas relacionados à doença arterial coronariana tornam-se os principais fatores. Mal súbito é mais comum em adolescentes, adultos jovens e idosos.
Pires observa que casos de mal súbito em jovens muitas vezes estão associados ao uso de drogas, desencadeando arritmias. O uso de esteroides por jovens em busca do corpo ideal também está em ascensão, podendo alterar a fisiologia cardíaca e predispor a arritmias.
Sinais de alerta
Existem sinais de alerta para o mal súbito, como desmaio, dor no peito, palpitações, falta de ar, dor de cabeça intensa, convulsões, fraqueza, sudorese e tremores. Procurar um especialista ao apresentar esses sintomas é crucial, pois o tratamento precoce pode prevenir problemas futuros.
Embora fatores genéticos possam estar envolvidos, a prevenção é possível. “O acompanhamento médico regular, exames anuais, especialmente se houver histórico familiar de problemas cardíacos, são essenciais. Praticar atividades físicas, alimentação saudável, hidratação, controle do estresse, evitar tabagismo e monitorar colesterol, hipertensão e diabetes são medidas preventivas eficazes”, destaca Pires.
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