Consumo excessivo de álcool pode gerar problema no quadril e necrose do fêmur

É amplamente conhecido que o consumo de álcool faz parte do cotidiano de muitos brasileiros, especialmente durante os fins de semana e eventos festivos. No entanto, o que pode parecer um hábito social inofensivo pode acarretar uma série de problemas para a saúde física e mental.

De acordo com dados do mais recente Relatório Vigitel (Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), divulgados em 2023, o consumo de álcool entre os brasileiros aumentou em comparação com os dois anos anteriores. A população em geral apresentou um aumento de 18,4% para 20,8% entre 2021 e 2023. Entre os homens, esse aumento foi de 25% para 27,3% no mesmo período, enquanto entre as mulheres, subiu de 12,7% para 15,2%, conforme revelado pela pesquisa.

Além dos riscos relacionados à dependência, o consumo de bebidas alcoólicas pode desencadear diversos problemas de saúde, incluindo a osteonecrose, uma condição caracterizada pela morte parcial do tecido ósseo e cartilaginoso na cabeça do fêmur devido à falta de suprimento sanguíneo.

Os riscos do alcoolismo

O alcoolismo pode elevar significativamente os níveis séricos de triglicerídeos e colesterol, além de promover a deposição de gordura na medula óssea, levando à destruição do quadril. O médico ortopedista Lafayette Lage destaca que o consumo excessivo de álcool pode aumentar a pressão arterial e os níveis de triglicérides, contribuindo para o desenvolvimento de condições como o infarto. Os pacientes afetados pela osteonecrose geralmente experimentam dores intensas devido ao infarto ósseo, comprometendo a vascularização dos ossos. Os sintomas incluem dor na região do quadril, virilha, coxa, joelho e/ou nádegas, dificuldade de locomoção e a necessidade de utilizar muletas para aliviar a dor e melhorar a mobilidade.

Riscos até abaixo dos 30 anos

É importante ressaltar que mesmo pacientes com menos de 30 anos podem ser afetados por essa condição, especialmente devido ao abuso de álcool, uso de corticoides para tratar outras doenças e, em alguns casos, o tratamento do vírus HIV com medicamentos que podem levar ao infarto da cabeça do fêmur.

Tratamento cirúrgico: prótese de quadril

No que diz respeito ao tratamento, a prótese de quadril é uma opção que envolve a substituição da articulação. Essa cirurgia, embora de porte médio a grande, costuma apresentar excelentes resultados, especialmente em pacientes entre 30 e 65 anos. A recuperação inclui sessões de fisioterapia iniciadas logo após a cirurgia. Lafayette destaca que muitos pacientes, ao acordarem após a cirurgia, notam a ausência da dor. Aos poucos, eles retomam suas atividades diárias, e alguns relatam não se lembrar da sensação de viver sem dor. Para os mais jovens, a prótese de Resurfacing é uma opção que visa preservar ao máximo o estoque ósseo, permitindo um retorno à vida normal, inclusive para a prática de esportes de alto impacto.

Pós-operatório

O pós-operatório envolve o uso de muletas e fisioterapia, sendo esta última iniciada antes da cirurgia. A recuperação visa restaurar os movimentos, especialmente em casos mais avançados nos quais ocorre perda de musculatura ao longo do processo da doença.

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