Com menos inflação, comércio espera recorde de vendas na Black Friday

O comércio brasileiro está otimista em relação às vendas da Black Friday, prevendo um faturamento de R$ 4,64 bilhões, um aumento de 4,3% em relação a 2022, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Caso essa previsão se concretize, será o maior volume de vendas desde a introdução da Black Friday no Brasil em 2010.

Um levantamento da CNC destaca que os setores de eletroeletrônicos e utilidades domésticas (R$ 1,28 bilhão) e móveis e eletrodomésticos (R$ 1,05 bilhão) deverão contribuir com quase metade (48%) do movimento financeiro previsto. Em seguida, destacam-se os ramos de hiper e supermercados (R$ 1,02 bilhão) e de vestuário, calçados e acessórios (R$ 0,73 bilhão).

Menos inflação 

A desaceleração da inflação é apontada pela CNC como um impulsionador das vendas, com uma variação de 3% este ano, em comparação com a alta de 9,7% no ano anterior. A valorização de 7,5% do real em relação ao dólar é outro fator positivo, permitindo estratégias mais agressivas de preços pelos varejistas. Além disso, os recentes cortes na taxa básica de juros pelo Banco Central, favorecendo o crédito, são motivadores adicionais para as compras, especialmente de bens duráveis como geladeiras, televisões e celulares.

O economista da CNC, Fabio Bentes, responsável pelo levantamento, destaca que a flexibilização da política monetária a partir de agosto tende a distensionar o mercado de crédito, resultando em um evento caracterizado por um volume de vendas relativamente maior de bens duráveis, que tradicionalmente dependem das condições de crédito.

Produtos

A pesquisa revela os produtos mais buscados pelos consumidores nos últimos 30 dias, com destaque para aparelhos de ar condicionado, cujas buscas aumentaram 177% devido à onda de calor. No entanto, o aumento na demanda contribuiu para um aumento de 2,9% nos preços nos últimos 40 dias. Dos 10 itens monitorados, apenas ar-condicionado e videogame (+7,9%) apresentam aumento de preço, enquanto televisão e fogão registram quedas de -1,5% e -2,7%, respectivamente. Os produtos com maiores descontos médios incluem smartwatches (-12,4%), notebooks (-9,2%), fones de ouvido (-6,1%) e caixas de som (-5,6%).

Desde 2017, a Black Friday tem experimentado um crescimento contínuo nas vendas e é atualmente a quinta data mais favorável para o comércio, ficando atrás apenas do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais. A partir de 2020, o crescimento se intensificou, impulsionado pelo aumento do comércio online. A facilidade de consulta e comparação de preços pela internet explicam o ganho de importância da Black Friday no calendário nacional, de acordo com a CNC.

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