Prévia do PIB cai 0,64% no 3º trimestre, diz Banco Central
O Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) do Banco Central, considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), revelou uma queda de 0,06% em setembro em comparação com o mês anterior, conforme anunciado pela instituição nesta sexta-feira (17). Esse resultado foi calculado após ajuste sazonal, uma medida que busca “compensar” para permitir a comparação entre diferentes períodos.
Segundo dados do BC, este foi o segundo mês consecutivo de retração no indicador, que já havia caído 0,77% em agosto. No terceiro trimestre de 2023, a queda totalizou 0,64%. O PIB, que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, é utilizado para mensurar a evolução da economia.
O IBC-Br do BC é um índice desenvolvido para tentar antecipar os resultados do PIB, embora nem sempre esteja em estreita concordância com os dados oficiais divulgados pelo IBGE. Em 2022, a economia cresceu 2,9%, marcando uma desaceleração em relação à expansão de 5% registrada no ano anterior.
Nos primeiros três meses de 2023, em comparação com o trimestre anterior, o PIB apresentou um avanço de 1,9%, superando as expectativas do mercado financeiro. Esse resultado foi impulsionado principalmente pelo setor agropecuário. No segundo trimestre, houve um crescimento de 0,9%, surpreendendo novamente. Para o ano atual, o mercado financeiro estima um aumento de 2,89% no PIB. Já para 2024, a expectativa é de um crescimento mais modesto, atingindo 1,50%.
A variação do PIB reflete o desempenho econômico, indicando que uma alta significa uma economia robusta e mais produtiva, enquanto uma queda indica uma contração econômica, com menor consumo e investimento total. Entretanto, nem sempre o aumento do PIB se traduz diretamente em bem-estar social. Vale destacar que o cálculo do PIB, divulgado pelo IBGE, e do IBC-Br difere um pouco – o indicador do BC incorpora estimativas para agropecuária, indústria e setor de serviços, além de impostos, mas não considera o lado da demanda (como no cálculo do PIB do IBGE).
O IBC-Br é uma ferramenta utilizada pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com um menor crescimento econômico, teoricamente, haveria menos pressão inflacionária. Em novembro, o Copom cortou a taxa Selic pela terceira vez no ano, estabelecendo-a em 12,25% ao ano.
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