Em reunião na Secretaria de Saúde, Valparaíso e Luziânia alinham estratégias contra a dengue
O encontro realizado em Goiânia contou com a presença de diversas autoridades, incluindo o secretário-adjunto da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Sérgio Vencio; os secretários municipais de Saúde de Luziânia e Valparaíso, Glênio Magrini e Luciana Mendes, respectivamente; além de Caroline Fleury, titular da Secretaria de Estado do Entorno do Distrito Federal (SEDF-GO).
Em entrevista ao Jornal Opção Entorno, o prefeito de Luziânia, Diego Sorgatto (UB), explicou os pontos discutidos durante a reunião. “Ficou acordado o fortalecimento das ações integradas de combate ao mosquito Aedes aegypti, com a intensificação das visitas domiciliares para identificar e eliminar focos, o aumento das campanhas educativas e a implementação de parcerias com outras secretarias e órgãos municipais para ampliar a abrangência das ações”, detalhou.
O prefeito de Valparaíso, Marcus Vinicius (MDB), ressaltou a importância do encontro para alinhar iniciativas voltadas à prevenção, combate e conscientização da população sobre as arboviroses, como dengue, zika e chikungunya. “Será uma parceria entre o município e o Estado de Goiás para aumentar a efetividade do monitoramento e combate à dengue e outras doenças transmitidas pelo mosquito. Esperamos que as medidas sejam implementadas em março”, afirmou.
Ações em andamento
Em Luziânia, já estão sendo realizados mutirões de limpeza para eliminar focos do transmissor da dengue. “As equipes realizam a coleta de lixo, remoção de entulhos e orientam a população sobre como manter os quintais e áreas limpas”, explicou Glênio Magrini. O próximo mutirão está previsto para ocorrer entre 6 e 8 de fevereiro no bairro Parque Estrela Dalva IX. “Toda segunda-feira, o grupo de enfrentamento se reúne, faz o levantamento de dados e define os bairros prioritários. Como o processo é dinâmico, os bairros podem ser alterados a qualquer momento”, disse. “A Prefeitura convida os moradores a participarem ativamente, descartando materiais que possam acumular água e eliminando criadouros.”
Valparaíso, por sua vez, está promovendo uma campanha de vacinação contra a dengue, disponível em 29 postos de saúde para crianças e adolescentes de 6 a 16 anos.
Casos notificados e confirmados
Em relação à prevalência da doença, Luziânia registrou 231 casos notificados de dengue até a quarta semana epidemiológica de janeiro, uma queda significativa em comparação com 1.225 notificações no mesmo período de 2024. “Essa redução reflete as condições climáticas e o comportamento da população na proliferação do mosquito”, analisou Magrini. “Os dados mostram a necessidade de reforçar as medidas de prevenção e conscientização sem pausa.”
Valparaíso também registrou uma diminuição expressiva, com 63 casos notificados e 11 confirmados em janeiro de 2025, contra 1.111 casos notificados e 941 confirmados no primeiro mês de 2024. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, 2024 foi um ano “atípico” para a cidade, com 8.831 casos confirmados de dengue, mais de 10 vezes o número de 2023, quando foram registrados 832 casos.
Até o momento, não houve óbitos por dengue em 2025, conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
Comunicado oficial
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informou, em nota, que foi confirmada uma morte por dengue no estado e que 14 municípios estão em situação de emergência, embora nenhum deles pertença à Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride-DF).
“O Governo de Goiás tem intensificado as ações de combate ao Aedes aegypti, incluindo a distribuição de bombas costais, inseticidas, medicamentos para hidratação e controle da febre”, destaca o comunicado. “A SES-GO também tem promovido capacitações sobre o manejo clínico adequado da doença e discutido novas estratégias em parceria com o Ministério da Saúde. Em dezembro e janeiro, foram realizadas campanhas de rádio e TV com o tema ‘O combate à dengue não tira férias’.”
Um novo projeto, o de Armadilhas de Oviposição (ovitrampas), será ampliado para todos os municípios goianos. Inicialmente piloto em 10 cidades, a estratégia visa monitorar a densidade populacional do mosquito transmissor da dengue e nortear as ações de controle. A SES-GO explica que as armadilhas são compostas por recipientes com água parada, atraindo o mosquito, e uma palheta de madeira onde as fêmeas depositam os ovos. As palhetas são retiradas semanalmente e enviadas para análise no Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO), permitindo identificar a incidência do Aedes na região e o sorotipo da dengue circulante.
Além disso, outras ações, como a reativação do Gabinete de Crise das Arboviroses, com a participação da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros, estão sendo avaliadas pela SES-GO.
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