Ultraprocessados estão associados a 32 doenças diferentes
Alimentos ultraprocessados podem causar uma série de problemas de saúde em consumidores frequentes. Pesquisadores da Deaken University, na Austrália, associaram dietas ricas em alimentos ultraprocessados a um risco aumentado de 32 doenças diferentes. Esses alimentos estão fortemente ligados ao risco de morte precoce, doenças cardíacas, câncer, distúrbios de saúde mental, excesso de peso e obesidade, e diabetes tipo 2.
Para esta análise, os pesquisadores revisaram dados agrupados de 14 artigos publicados nos últimos três anos, envolvendo quase 10 milhões de participantes. Nenhum dos estudos foi financiado por empresas que produzem alimentos ultraprocessados.
As evidências também mostraram que o consumo de alimentos ultraprocessados está associado a um risco 21% maior de morte por qualquer causa, 55% maior de obesidade, 40% maior de diabetes tipo 2, 41% maior de problemas de sono e 22% maior de depressão.
Os pesquisadores destacaram que esses efeitos prejudiciais à saúde não são totalmente explicados pela falta de nutrientes e altas calorias desses produtos. Alterações feitas durante a fabricação podem afetar a digestão, a absorção de nutrientes e a sensação de saciedade.
Alguns aditivos usados nesses alimentos, como adoçantes, emulsificantes, corantes e nitratos, podem levar a problemas de saúde. O processamento industrial intensivo de alimentos também pode produzir substâncias nocivas que contribuem para a inflamação crônica, e até mesmo os materiais de embalagem podem conter contaminantes.
Devido a isso, os pesquisadores recomendam que reguladores e legisladores tomem medidas para controlar esses alimentos, incluindo etiquetas nutricionais; a proibição de vendas perto de escolas e hospitais; e a promoção de alimentos frescos, não processados ou minimamente processados.
Fonte: BMJ. DOI: 10.1136/bmj-2023-077310.
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