Lula critica prolongamento da greve dos docentes federais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta segunda-feira (10) o prolongamento da greve dos professores e técnicos das universidades e institutos federais. Ele afirmou que os recursos negociados com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) para recompor os salários dos docentes e servidores são “irrecusáveis”.
“O montante de recursos que a companheira Esther Dweck [ministra do MGI] colocou à disposição é irrecusável. Quero que levem isso em conta, pois estamos falando de universidades, institutos federais e alunos que aguardam para voltar às aulas”, disse Lula em reunião com reitores de universidades e institutos federais no Palácio do Planalto.
Na ocasião, o presidente anunciou R$ 5,5 bilhões em recursos do Ministério da Educação (MEC) para obras e custeio do ensino técnico e superior, além da construção de dez novos campi universitários e oito novos hospitais universitários federais.
Professores e servidores de cerca de 60 universidades federais e mais de 39 institutos federais de ensino estão em greve desde 15 de abril. Relatórios indicam que a paralisação afeta mais de 560 unidades de ensino em 26 estados. Eles pedem, entre outras coisas, a recomposição dos salários em 4,5% ainda este ano.
Durante o evento, a reitora da Universidade de Brasília (UnB) e presidente da Andifes, Márcia Abrahão, afirmou que os docentes e servidores têm remunerações “muito defasadas”. O reitor do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) e do Conif, Elias Monteiro, pediu que o governo se concentre na formação de professores e na valorização dos profissionais da educação.
Negociação
No último dia 3 de junho, representantes do Andes-SN, do Sinasefe e da Fasubra se reuniram com representantes do governo federal. O encontro ocorreu uma semana após a Proifes ter assinado um acordo com o MGI, sem a aprovação das outras principais entidades, o que provocou uma divisão nas categorias. Uma decisão liminar da Justiça Federal de Sergipe anulou o acordo firmado entre o governo federal e a Proifes.
Os servidores técnico-administrativos têm mais uma rodada de negociação prevista para amanhã (11). Com os professores federais, a negociação deve ocorrer na próxima sexta-feira (14). O MGI ressaltou que as pautas em discussão não serão remuneratórias.
Proposta
Em 15 de maio, a pasta apresentou o que chamou de proposta final. O governo oferece aumentos de 13,3% a 31% até 2026, com reajustes começando em 2025. As categorias que recebem menos terão os maiores aumentos. Quem ganha mais terá menor reajuste.
Com o reajuste linear de 9% concedido ao funcionalismo federal em 2023, o aumento total ficará entre 23% e 43% no acumulado de quatro anos. A pasta ressaltou que o governo melhorou a oferta em todos os cenários e que os professores terão aumento acima da inflação estimada em 15% entre 2023 e 2026.
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