Vacina experimental pode ajudar pacientes com câncer de pâncreas

Pacientes diagnosticados com a forma mais comum de câncer de pâncreas podem se beneficiar de uma vacina terapêutica experimental, conforme demonstrado por um pequeno ensaio clínico.

A vacina, temporariamente denominada ELI-002, é direcionada a tumores sólidos com mutação KRAS, uma vez que mais de 90% dos casos de câncer pancreático apresentam essa mutação, que pode desencadear o desenvolvimento maligno.

O estudo envolveu 25 pacientes, com idade média de 61 anos, diagnosticados com câncer de pâncreas ou cólon. Todos foram submetidos à cirurgia para remoção do tumor, e sete deles também receberam radioterapia.

Mesmo após a conclusão da quimioterapia, os pacientes submetidos à cirurgia para câncer de pâncreas ainda correm o risco de recorrência da doença. Esses pacientes receberam até 10 doses da vacina ELI-002.

A vacina ELI-002 direciona-se aos gânglios linfáticos dos pacientes, visando destruir o DNA mutante associado à formação de novos tumores. Ela treina as células T do sistema imunológico para reconhecer e eliminar essas mutações do KRAS.

A vacina demonstrou ter o efeito esperado no sistema imunológico: 84% de todos os pacientes apresentaram a resposta esperada das células T, e esse número aumentou para 100% entre aqueles que receberam todas as 10 doses.

As respostas das células T foram refletidas em biomarcadores reduzidos associados à presença de tumores e DNA relacionado a tumores. Essas mudanças estiveram correlacionadas a uma redução de 86% na recorrência e na mortalidade por tumor.

Houve alguns efeitos colaterais, como fadiga (24% dos pacientes), reações no local da injeção (16%) e dores musculares (12%), porém nenhum efeito colateral foi considerado grave o suficiente para justificar a redução das doses.

Fonte: Nature Medicine. DOI: 10.1038/s41591-023-02760-3.

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