Lula critica impedimento de candidatura da oposição na Venezuela

Nesta quinta-feira (28), durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou sua surpresa diante do impedimento do registro da candidatura de Corina Yoris para as eleições presidenciais da Venezuela, agendadas para 28 de julho. Ele compartilhou sua opinião após uma reunião bilateral com o presidente francês, Emmanuel Macron, que está em visita oficial ao Brasil esta semana.

Lula destacou a importância do passo inicial, no qual a candidata proibida pela Justiça indicou uma sucessora, considerando-o um movimento significativo. No entanto, ele enfatizou a gravidade da situação ao constatar que a candidata sucessora não conseguiu registrar sua candidatura, apesar de não ter sido proibida pela Justiça. Ele comentou sobre o evento, observando que a candidata tentou registrar sua candidatura pessoalmente, mas enfrentou obstáculos técnicos.

Inicialmente, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), que representa os principais partidos de oposição ao presidente venezuelano Nicolás Maduro, planejava registrar Corina Yoris, uma filósofa e professora universitária de 80 anos, como a designada substituta de Maria Corina Machado, que estava liderando nas pesquisas, mas foi impedida pela Justiça de ocupar cargos públicos por 15 anos.

Lula destacou a injustiça dessa situação, ressaltando que não há justificativa jurídica ou política para proibir um adversário de concorrer. Ele comparou essa situação com sua própria experiência em 2018, quando foi impedido de concorrer no Brasil devido a condenações e prisão decorrentes da Operação Lava Jato, que posteriormente foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal em 2021, permitindo que ele concorresse e vencesse as eleições no ano seguinte.

A declaração de Lula segue a manifestação de preocupação do Ministério das Relações Exteriores (MRE) brasileiro sobre o processo eleitoral na Venezuela, divulgada em uma nota à imprensa na terça-feira (26), marcando uma posição mais enfática do governo brasileiro sobre o assunto.

Lula também mencionou sua recente reunião com o presidente Maduro durante a Cúpula da Comunidade do Caribe (Caricom), na Guiana, onde enfatizou a importância de garantir eleições mais democráticas para que a Venezuela possa reintegrar-se à comunidade internacional de forma normal.

O presidente francês, Macron, também condenou o impedimento da candidatura opositora na Venezuela, apoiando as palavras de Lula. Ele enfatizou a necessidade de um ambiente eleitoral verdadeiramente democrático e expressou esperança de que um novo marco possa ser estabelecido nas próximas semanas ou meses, apesar da gravidade da situação.

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