Um estudo conduzido na Universidade de Taiwan sugere que a classe de sedativos conhecida como benzodiazepínicos pode aumentar as chances de aborto espontâneo quando tomados durante a gravidez.

Os benzodiazepínicos são medicamentos utilizados como ansiolíticos, com propriedades anticonvulsivantes, relaxantes musculares e amnésicas.

O estudo definiu aborto espontâneo como a perda da gravidez entre a primeira consulta pré-natal (normalmente por volta da 8ª semana de gestação) e a 20ª semana.

Ao analisar dados de mais de 3 milhões de gestações em mulheres taiwanesas, os pesquisadores observaram que 4,4% resultaram em aborto espontâneo. Eles descobriram que o uso de benzodiazepínicos durante a gravidez aumentou as chances de aborto espontâneo em 69%.

Os resultados indicaram que as taxas de aborto espontâneo eram 60% maiores entre as mulheres que tomavam benzodiazepínicos durante a gravidez, em comparação com aquelas que tinham problemas psiquiátricos justificando o uso desses medicamentos (por exemplo, depressão ou ansiedade), mas que não os receberam por prescrição.

Os pesquisadores explicam que os benzodiazepínicos podem atravessar a barreira placentária facilmente, acumulando-se nos tecidos embrionários e fetais, o que pode potencialmente causar anomalias no desenvolvimento fetal e levar ao aborto espontâneo.