O Dia Mundial da Saúde Bucal, celebrado em 20 de março, é uma oportunidade para reiterar a importância dos cuidados dentários para o bem-estar geral. Uma saúde bucal adequada não só previne desconfortos físicos, mas também contribui significativamente para a qualidade de vida, promovendo bem-estar emocional e social.

A prevenção de cáries e outras complicações dentárias possibilita uma vida livre de dores de dente, o que tem um impacto positivo tanto na saúde física quanto mental das pessoas.

Conforme Gustavo Belligoli, odontólogo especializado em implantodontia, ortodontia e harmonização orofacial, uma abordagem preventiva em relação aos cuidados dentários é crucial. “Investir na prevenção é investir em qualidade de vida. Práticas simples, como escovar os dentes regularmente, usar fio dental e fazer visitas periódicas ao dentista, são essenciais para evitar problemas dentários e promover uma vida mais saudável e feliz”, recomenda.

A Pesquisa Nacional de Saúde Bucal demonstra avanços significativos nessa área da saúde no Brasil. O percentual de crianças livres de cáries aos 12 anos aumentou de 32% em 2003 para 44% em 2010. Além disso, houve uma redução de 45% no número de dentes perdidos por cárie e um aumento de 70% no número de dentes tratados durante o mesmo período.

Adotar práticas de autocuidado e seguir uma alimentação equilibrada são fundamentais. Escovar os dentes e a língua corretamente, além de uma dieta balanceada com moderação em alimentos açucarados, são passos importantes para manter um sorriso saudável. É crucial também estar ciente dos alimentos benéficos para a saúde bucal, como frutas e vegetais ricos em fibras e nutrientes essenciais.

Estudos realizados pelo Instituto do Coração (InCor) revelam que cerca de 45% das doenças cardíacas têm origem na cavidade bucal, derivadas de problemas como cáries profundas, gengivas inflamadas e abscessos. “A boca abriga aproximadamente 50 bilhões de bactérias, incluindo aquelas associadas a cáries e doenças gengivais. Quando esses microrganismos entram na corrente sanguínea, podem atingir o coração, aumentando o risco de endocardite bacteriana e contribuindo para a formação de placas nas artérias”, ressalta o especialista.

Essa condição pode resultar em problemas graves, como aterosclerose, arritmias e até mesmo infarto.

Problemas gengivais, como gengivite e periodontite, também estão ligados a um maior risco de doenças cardiovasculares. Estudos indicam que pacientes com doenças periodontais têm até três vezes mais chances de desenvolver problemas cardíacos. Portanto, é essencial estar atento aos sintomas, como sangramento e inchaço na gengiva, e procurar tratamento adequado com um dentista.

“Ao priorizar a saúde bucal e adotar uma abordagem preventiva, podemos desfrutar de uma melhor qualidade de vida e evitar problemas dentários que possam afetar nossa saúde geral”, conclui o especialista.