O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, está programado para prestar um novo depoimento à Polícia Federal na próxima segunda-feira (11) como parte da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. A informação foi confirmada pelo advogado dele, Cezar Bitencourt, à Gazeta do Povo nesta quarta-feira (6).

O objetivo do novo depoimento é que Mauro Cid confirme e esclareça as informações fornecidas pelo ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, em seu depoimento na última sexta-feira (1º). O general foi ouvido pela Polícia Federal por aproximadamente sete horas.

Mauro Cid chegou a firmar um acordo de delação premiada no ano passado, revelando informações que culminaram na deflagração da Operação Tempus Veritatis no início de fevereiro. Essa operação teve como alvo Bolsonaro, ex-ministros, assessores e militares suspeitos de estarem envolvidos em um esquema para supostamente manter Bolsonaro no poder e destituir Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do poder.

Devido ao acordo, Mauro Cid pode ser convocado quantas vezes forem necessárias para prestar novos depoimentos.

A defesa de Bolsonaro tem solicitado acesso integral às declarações fornecidas por Mauro Cid, bem como aos depoimentos recentes de Freire Gomes e do tenente-brigadeiro do ar, Carlos Baptista Junior, ex-comandante da Aeronáutica, que também foi ouvido no mês passado.

“É inquestionável que as declarações feitas nas oitivas já realizadas constituem elementos documentados, tornando-se, portanto, crucial a inclusão dessas declarações para garantir o acesso imediato a elas pela Defesa”, escreveu a defesa de Bolsonaro em seu mais recente pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com as investigações, os ex-comandantes não aderiram à suposta proposta de um golpe de Estado.