PF deve incluir fala de Bolsonaro em ato em SP nas investigações

A Polícia Federal deve incluir no inquérito, que investiga uma suposta organização de golpe de Estado, a declaração feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista, durante um ato com apoiadores no domingo, 25.

Em seu discurso, Bolsonaro se defendeu das acusações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado. Para os delegados responsáveis pelo caso, ao proferir essa declaração, o ex-presidente confirma ter conhecimento sobre a existência da “minuta do golpe”, encontrada na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, a qual propunha o decreto de Estado de Defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) durante as eleições de 2022.

Confira o discurso na íntegra:

“Agora, o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenham santa paciência. Golpe usando a Constituição. Deixo claro que estado de sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da República e da Defesa. Isso foi feito? Não. Apesar de não ser golpe o estado de sítio, não foi convocado ninguém dos conselhos da República e da Defesa para se tramar ou para se botar no papel a proposta do decreto do estado de sítio”.

Em 8 de fevereiro, Bolsonaro foi alvo da operação da PF Tempus Veritatis e teve que entregar seu passaporte. A ação também visou outros aliados do ex-presidente, suspeitos de planejar um golpe de Estado para mantê-lo na Presidência.

O ex-presidente compareceu à PF para prestar esclarecimentos sobre o caso aos agentes da corporação, porém optou por permanecer em silêncio. Anteriormente, tentou adiar seu depoimento três vezes. “As situações fática e jurídica não foram alteradas, permanecendo a obrigatoriedade de comparecimento do investigado perante a Polícia Federal”, declarou Moraes em sua última decisão.

No domingo (25 de fevereiro), Bolsonaro realizou o primeiro ato após a deflagração da Tempus Veritatis. Ele não fez menção ao ministro Alexandre Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). No 7 de Setembro de 2021, na avenida Paulista, o então presidente chamou o magistrado de “canalha”.

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