Cabecear bola durante jogos de futebol pode prejudicar função cerebral
Um estudo da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, revelou que jogadores de futebol que frequentemente cabeceiam a bola durante as partidas podem enfrentar um declínio mensurável na função cerebral.
A pesquisa envolveu 148 jogadores de futebol amador, com uma média de idade de 27 anos, dos quais 38 participantes (26%) eram mulheres. Os cientistas desenvolveram um questionário especializado para os jogadores determinarem a frequência com que realizavam cabeceios durante o jogo. Com base nas respostas, a exposição ao cabeceio foi categorizada como baixa, moderada ou alta ao longo de dois anos.
Os jogadores foram submetidos a avaliações de aprendizado verbal e memória, além de exames de ressonância magnética por tensor de difusão, tanto no início quanto dois anos depois. Essa técnica permite caracterizar a microestrutura do cérebro, rastreando o movimento das moléculas de água através do tecido cerebral.
Os resultados indicaram que altos níveis de cabeceio durante o período de dois anos estavam associados a mudanças na microestrutura cerebral, semelhantes às observadas em lesões cerebrais traumáticas leves. Além disso, altos níveis de cabeceio foram relacionados a um declínio no desempenho de aprendizado verbal.
Em um segundo estudo, os pesquisadores analisaram o cabeceio ao longo de 12 meses, antes dos exames de ressonância magnética e testes de desempenho de aprendizado verbal, em 353 jogadores de futebol amador, com idades entre 18 e 53 anos, dos quais 27% eram mulheres.
Diferentemente da pesquisa anterior, que focava nas regiões profundas da substância branca, este estudo utilizou uma nova técnica para avaliar a integridade da interface entre a substância cinzenta e branca do cérebro, mais próxima do crânio.
Os resultados mostraram que a interface normalmente nítida entre a substância cinzenta e branca estava embotada em proporção à exposição repetitiva ao impacto na cabeça. Mais cabeceios resultaram em um maior número de alterações na substância branca, localizada no lobo frontal do cérebro, o que poderia ter efeitos negativos na memória no futuro.
Comments