Pedidos de auxílio-doença por alcoolismo crescem 19% no Brasil

Em 2023, o número de concessões de auxílio-doença devido ao alcoolismo aumentou em 19,5%, de acordo com os dados fornecidos pelo INSS. Um total de 4,3 mil benefícios foram concedidos a segurados incapacitados de trabalhar devido ao vício em álcool.

Os registros do instituto revelam que o número de benefícios desse tipo tem aumentado progressivamente desde o início da pandemia. Em 2020, foram concedidos 3,1 mil pedidos, enquanto no ano seguinte o número subiu para 3,3 mil. Em 2022, o total de concessões aumentou para 3,6 mil.

Carla Benedetti, mestre e doutoranda em direito pela PUC-SP, esclarece que o auxílio-doença é um direito daqueles que sofrem com esse vício, mas ressalta que há etapas de comprovação necessárias para sua concessão. “E importante entendermos que existem alguns requisitos para essa concessão. É preciso haver uma rotina desse vício que impossibilite a pessoa de desenvolver suas atividades profissionais, o que claramente configura um prejuízo”, explica.


A advogada previdenciária destaca que, dependendo do caso, existem outros benefícios disponíveis além do auxílio-doença. “A pessoa que sofre desse transtorno pode, em alguns casos, solicitar o BPC (Benefício de Prestação Continuada), que atende idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, e até a Aposentadoria por Invalidez, caso o transtorno persista, o que neste caso precisa passar necessariamente pelo auxílio-doença”, comenta.

Carla encerra com um alerta importante sobre os dados: “As altas consecutivas levantam um debate para além da previdência social e devem ser interpretadas por diferentes setores da sociedade. É provável que a necessidade desse tipo de benefício continue crescendo”.

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