A gravidez com diabetes é uma complicação frequente durante a gestação, e a abordagem ideal para essa condição ainda é objeto de estudo e pesquisa contínuos. Um estudo clínico randomizado conduzido na Irlanda procurou determinar se o uso precoce do medicamento metformina poderia reduzir a necessidade de insulina ou melhorar o controle da glicemia de jejum nas semanas 32 ou 38 de gestação em mulheres com diabetes gestacional.

O estudo incluiu 510 mulheres grávidas (totalizando 535 gestações) diagnosticadas com diabetes gestacional conforme os critérios da Organização Mundial da Saúde de 2013. As participantes foram aleatoriamente designadas para receber metformina (até 2500mg) ou um placebo, além do tratamento padrão. Conduzido em dois centros médicos na Irlanda, o estudo foi duplo-cego e acompanhou as gestantes até 12 semanas após o parto, coletando dados entre junho de 2017 e setembro de 2022.

Os resultados indicaram que não houve diferença significativa entre os grupos no que diz respeito à necessidade de iniciar a insulina ou à presença de níveis de glicose de jejum iguais ou superiores a 5,1 mmol/L (92 mg/dL) nas semanas 32 ou 38 de gestação. No entanto, o grupo que recebeu metformina apresentou melhores desfechos secundários, incluindo controle glicêmico materno, ganho de peso e tamanho do bebê. Não foram observadas diferenças significativas em termos de morbidade materna ou neonatal entre os grupos.

Esses achados sugerem que o início precoce do tratamento com metformina não reduziu a incidência da combinação de glicemia de jejum igual ou superior a 5,1 mmol/L nas semanas 32 ou 38 de gestação, nem a necessidade de insulina. No entanto, é importante considerar uma revisão contínua das taxas de recém-nascidos pequenos para a idade gestacional ao utilizar a metformina como parte do tratamento.