Alimentos ultraprocessados aumentam o risco de depressão

Um estudo prospectivo conduzido no Nurses’ Health Study II revelou uma ligação entre o consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) e o risco de depressão em mulheres. A pesquisa analisou informações de 31.712 mulheres com idades entre 42 e 62 anos, que não apresentavam sintomas depressivos no início do estudo, realizado entre 2003 e 2017.

Os AUPs são caracterizados como alimentos prontos para o consumo, saborosos e ricos em energia, abrangendo itens como refrigerantes, salgadinhos e refeições prontas. As participantes foram categorizadas em quintis de acordo com o consumo de AUP, e o risco de depressão foi avaliado. Os resultados indicaram que mulheres com maior ingestão de AUP tinham um aumento no risco de desenvolver depressão, tanto com base em uma definição rigorosa (HR, 1,49) quanto em uma definição mais abrangente (HR, 1,34). Essa associação persistiu mesmo após ajustes para fatores de confusão, como idade, índice de massa corporal, atividade física, tabagismo e outros.

Além disso, o estudo apontou que o consumo de bebidas adoçadas artificialmente e adoçantes artificiais estava particularmente relacionado a um maior risco de depressão. Mulheres que reduziram o consumo de AUP em pelo menos 3 porções diárias apresentaram menor risco de depressão em comparação com aquelas com consumo mais estável. Embora os mecanismos subjacentes a essa associação ainda não sejam completamente compreendidos, há sugestões de que os adoçantes artificiais possam desencadear a transmissão purinérgica no cérebro, possivelmente envolvida na etiopatogenia da depressão.

O estudo, embora com limitações, como uma amostra predominantemente composta por mulheres brancas não-hispânicas, fornece evidências adicionais de que a qualidade da dieta desempenha um papel crucial na saúde mental. Os resultados ressaltam a importância de limitar o consumo de AUP, especialmente de bebidas adoçadas artificialmente, como parte de uma estratégia para prevenir a depressão e promover o bem-estar emocional.

Fonte: JAMA Network Open. DOI: 10.1001/jamanetworkopen.2023.41346.

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