TSE manda Polícia Federal apurar filiação falsa de Lula ao PL


O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que a Polícia Federal (PF) investigue uma possível fraude na filiação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Partido Liberal (PL), partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, seu adversário político.

Em sua decisão, Moraes afirmou que é “fato notório” a filiação de Lula ao Partido dos Trabalhadores (PT), do qual é fundador e presidente honorário. Ao ordenar a investigação, o ministro indicou a “existência de indícios de crime a partir da inserção de dados falsos no sistema eleitoral”. O TSE, por meio de nota, declarou que há “claros indícios de falsidade ideológica”.

Conforme as normas da Justiça Eleitoral, cabe aos partidos registrar a filiação de seus membros através do sistema eletrônico Filia. Após investigações internas, o TSE descobriu que o registro de filiação de Lula ao PL foi realizado usando a senha de uma das advogadas do partido, cujo acesso foi posteriormente cancelado.

A certidão de filiação partidária de Lula, inicialmente divulgada pelo jornal O Globo, indica que o presidente teria se filiado ao PL em julho do ano passado, vinculado ao diretório municipal de São Bernardo do Campo, onde mantém residência. O cadastro da filiação foi efetuado em outubro.

O TSE esclareceu que o sistema de filiação partidária funcionou normalmente, não sofrendo ataque ou falha em sua programação. O que ocorreu foi a utilização de credenciais válidas para o registro de uma nova filiação falsa.

Em resposta à imprensa, o PL encaminhou uma nota da empresa Idatha, contratada pela legenda para gerenciar dados no sistema Filia. A empresa expressou total disposição para esclarecer o ocorrido e acrescentou que o acesso ao sistema de filiação é realizado por meio de senha nacional fornecida pelo TSE e sob posse da delegada nacional do partido. A nota enfatizou que todos os registros no sistema são auditáveis, com informações e documentos disponíveis para verificação por autoridades competentes.

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