Sono ruim pode trazer riscos cardíacos na velhice
A manutenção de uma rotina de sono consistente pode desempenhar um papel crucial na preservação da saúde das artérias durante o envelhecimento, de acordo com uma recente pesquisa conduzida pelo Vanderbilt University Medical Center, nos Estados Unidos.
Contrastando com essa descoberta, os adultos mais velhos que experimentavam variações na duração do sono e tendiam a adormecer em horários irregulares mostraram maior propensão ao desenvolvimento de calcificação nas artérias, um fator associado a riscos de ataques cardíacos ou acidentes vasculares cerebrais (AVC).
O estudo monitorou o padrão de sono de mais de 2.000 adultos, com uma média de 69 anos, ao longo de uma semana. Utilizando dispositivos semelhantes a relógios, que registravam os períodos de sono e vigília, e complementando com diários de sono e estudos em casa para identificar distúrbios do sono subjacentes, os pesquisadores observaram que nenhum participante do estudo tinha sido diagnosticado com doença cardíaca.
A duração do sono foi definida como o tempo total passado na cama enquanto completamente adormecido, e o tempo de sono referia-se ao período efetivo de sono a cada noite.
Os resultados destacaram que, quando a duração do sono variava mais de duas horas por semana, as pessoas apresentavam 40% mais probabilidade de terem altas pontuações de cálcio nas artérias coronárias em comparação com aquelas que mantinham padrões de sono mais consistentes. Essa pontuação reflete a quantidade de placa calcificada nas artérias, associada ao aumento do risco de AVC ou ataque cardíaco.
Indivíduos com variações superiores a duas horas na duração do sono também apresentaram 12% mais chances de ter placa na artéria carótida e quase o dobro de chances de obter resultados anormais em um teste de índice tornozelo-braquial, indicando rigidez nos vasos sanguíneos e redução do fluxo sanguíneo. Por outro lado, aqueles com maior irregularidade no horário do sono, variando em mais de 90 minutos por semana, mostraram uma probabilidade 43% maior de apresentar altos escores de cálcio nas artérias coronárias em comparação com aqueles cujo horário de sono variava em 30 minutos ou menos por semana.
Fonte: Journal of the American Heart Association. DOI: 10.1161/JAHA.122.027361.
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