Crianças amamentadas pelas mães têm melhores resultados escolares
Um estudo publicado online na revista Archives of Disease in Childhood sugere que crianças que são amamentadas por mais tempo podem apresentar resultados ligeiramente melhores em exames escolares de qualificação acadêmica aos 16 anos, em comparação com aquelas que não foram amamentadas. Essa melhora nos resultados educacionais permanece evidente mesmo quando diversos fatores, como o status socioeconômico e a inteligência dos pais, são considerados.
Pesquisas anteriores indicaram que a amamentação prolongada pode estar associada a melhores resultados educacionais na vida posterior. Contudo, muitos desses estudos são limitados e não levam em conta fatores que poderiam influenciar os resultados, como o fato de que mães com maior status socioeconômico ou pontuações de inteligência mais altas têm maior probabilidade de amamentar por mais tempo e de terem filhos com melhores resultados acadêmicos.
Para abordar essa lacuna, pesquisadores da Universidade de Oxford analisaram dados do Millennium Cohort Study, que incluiu mais de 18.000 crianças nascidas entre 2000 e 2002 no Reino Unido. Os dados foram vinculados ao National Pupil Dataset, que armazena informações acadêmicas longitudinais de alunos matriculados em escolas estaduais inglesas.
O estudo, que examinou 4.940 participantes da Inglaterra com até 16 anos, revelou que a amamentação mais longa estava associada a melhores resultados educacionais. As crianças amamentadas por pelo menos 12 meses apresentaram maior probabilidade de obter aprovações altas (notas A e A*) nos exames de Língua Inglesa e Matemática do Certificado Geral de Educação Secundária (GCSE). Além disso, essas crianças tinham menos chances de reprovar nos exames.
Mesmo após ajustes para fatores de confusão, como status socioeconômico e inteligência dos pais, a associação geral indicou que as crianças amamentadas por pelo menos 12 meses tinham 39% mais chances de obter aprovações altas em ambos os exames e 25% menos chances de reprovar no exame de inglês, em comparação com aquelas que nunca foram amamentadas.
Os pesquisadores afirmaram que suas descobertas eram representativas nacionalmente para crianças matriculadas em escolas públicas na Inglaterra, destacando a significativa amostra do estudo que permitiu a detecção de diferenças nos resultados entre vários grupos de duração da amamentação.
Fonte: Archives of Disease in Childhood. DOI: 10.1136/archdischild-2022-325148.
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