Diabetes: 7 em cada 10 pessoas só descobrem a doença após complicações

Entre os brasileiros diagnosticados com diabetes, 90% desenvolveram uma ou mais complicações, o que serve como um sinal de alerta significativo para a maioria. Isso se torna preocupante, visto que 70% das pessoas que lidam com a doença só recebem o diagnóstico após o surgimento de complicações.

Esses dados são provenientes de um estudo conduzido pela Federação Internacional de Diabetes (IDF), que compartilhou antecipadamente as informações ao Terra para serem publicadas no Dia Mundial do Diabetes, nesta terça-feira (14). A pesquisa foi realizada globalmente, abrangendo a África, Ásia, Europa e América do Sul, com um foco específico no cenário brasileiro.

A situação no país é alarmante, pois as complicações associadas ao diabetes podem ser graves e, em alguns casos, até fatais. Essas complicações incluem danos ao coração, aumentando o risco de infarto; problemas nos olhos, como retinopatia ou edema macular, que podem levar à deterioração da visão e até cegueira; afetação dos rins; ameaça de amputações nos pés; e problemas na cavidade oral. Além disso, a pesquisa revelou que 66% dos entrevistados no Brasil têm receio do agravamento do quadro, gerando um estresse adicional.

No entanto, o risco de complicações pode ser reduzido com a detecção precoce do diabetes, encaminhando os pacientes para um tratamento adequado. A endocrinologista Hermelinda Pedrosa, vice-presidente da IDF e coordenadora de pesquisa da Unidade de Diabetes da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, destaca a importância do rastreamento regular das pessoas em maior risco, enfatizando que isso não deve ser limitado a campanhas anuais.

Entretanto, a realidade atual diverge desse ideal. A falta de exames adequados, como check-ups para pés, olhos e rins, é um problema comum, levando a IDF a defender a simplificação e monitoramento do sistema para garantir que os diabéticos tenham acesso aos medicamentos e tratamentos adequados.

Brasil é o 6º entre 10 países com mais pessoas diabéticas

Segundo a IDF, o Brasil ocupa a sexta posição entre os dez países com o maior número de pessoas com diabetes, ficando atrás da China, Índia, Paquistão, Estados Unidos e Indonésia.

Esses números não são aleatórios, pois mais de 90% dos casos de diabetes no Brasil são do tipo 2, caracterizado pelo desenvolvimento de resistência à insulina, sendo influenciado por diversos fatores de risco, como histórico familiar, peso, idade, etnia, urbanização, estresse, sedentarismo e ocorrência da doença durante a gestação. Assim, a prevenção e controle da doença passam por adotar um estilo de vida saudável, incluindo uma alimentação equilibrada, livre de ultraprocessados, e a prática regular de atividade física.

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